A entrega de um caminhão zero com recursos próprios avaliado em mais de R$ 414 mil poderia ser apenas uma solenidade em busca de bônus político em Chapadão do Sul. Felizmente o evento desta terça-feira teve como palavra chave a “busca de um conceito” ambiental e de educação que ajude a melhorar as relações sociais e de cidadania. Na década de 60 o desenho animado da Família Jetson nos levava para o espaço, fora da terra, numa sociedade marcada pelo modernismo ficcional que não existia na época. Hoje temos tecnologia de ponta mas seguimos primitivos, sem a capacidade sequer de separar o lixo orgânico dos recicláveis. Continuamos a descartar entulhos na própria calçada, nas ruas e avenidas da cidade que moramos.
O prefeito João Carlos Krug, secretários e vereadores presentes no evento de entrega do caminhão não detalharam o “conceito” buscado. Mas é necessário que ele seja definido e colocado em prática numa sociedade que precisa sair do cenário dos Flintstones para se transformar em algo parecido com a funcionalidade da Família Jetson. A sociedade produz cada vez mais lixo, num ritmo bem superior à capacidade da prefeitura em recolher.
Logo o espaço para destinação dos resíduos que a sociedade produz necessitará de áreas gigantes caso novas tecnologias e conceitos de educação ambiental não sejam introduzidos. Estes mais de 50 anos de projeções futurísticas – infelizmente – não foi acompanhando por todos no campo da educação.
A política de reciclagem de e reaproveitamento do lixo em Chapadão do Sul é bem atualizada, mas necessita de mais investimentos para gerar novas matérias primas com o objetivo de diminuir a produção de rejeitos e o seu acúmulo na natureza, reduzindo o impacto ambiental. As técnicas usadas vão desde a separação do lixo por material até a sua transformação final em outro produto. Tudo isso necessita da cooperação dos cidadãos para dar certo. A produção de adubo orgânico aumento desde a aquisição do triturador de galhos e de material usado na construção civil.
Apesar de não ser a única medida a ser realizada para a diminuição do lixo produzido pela sociedade, a reciclagem possui um importante papel, uma vez que, além de reduzir a quantidade de rejeitos, também diminui a procura por novas matérias-primas. Dessa forma, quanto mais se recicla, mais se reaproveita e, consequentemente, menor é a necessidade de extrair novos materiais da natureza. Além de diminuir o volume de descartes no CTR (Centro de Tratamento de Resíduos)
Há alguns casos em que a reciclagem também reduz o consumo de energia. O exemplo mais clássico nesse sentido é o alumínio, um material quase que totalmente reciclável, pois a sua produção a partir da bauxita (recurso mineral não renovável extraído do solo) demanda o consumo de uma grande quantidade de energia elétrica em uma indústria de base. Dessa forma, em alguns casos, é mais vantajoso economicamente o reaproveitamento das latas e outros produtos de alumínio do que a produção de novos materiais.
O primeiro passo para a realização do processo de reciclagem é a coleta seletiva, ou seja, a separação do lixo por material, com o seu posterior destino para o reaproveitamento. Geralmente, divide-se primeiramente o material reciclável do não reciclável e, em seguida, separa-se o que é reciclável em metais, plástico, papel e vidro.
A reciclagem é muito importante, mas tem suas limitações. A primeira delas é a de que mesmo que exista uma grande eficiência na sociedade para a realização desse processo não será o suficiente para diminuir em níveis aceitáveis a produção de lixo. Esse problema eleva-se quando o consumismo é desenfreado e a consequente geração de rejeitos é acentuada, sendo impossível para a reciclagem absorver tudo isso. Neste cenário o cidadão precisa repensar, reduzir, reutilizar e reciclar.