Chapadão do Sul/MS

ACIDENTES com idosos ao volante chamam atenção de técnicos em trânsito em Chapadão do Sul

Após alguns acidentes no perímetro urbano de Chapadão do Sul e na MS-306 a presença de idosos ao volante começa a ser observada com mais atenção. As mortes dos cassilandenses Moisés Batista Dias (80) e Ervestes Batista Barbosa (720 podem estar relacionadas à falta das condições físicas ideais para uma direção segura em locais de movimento intenso e que exigem reflexos rápidos. Em Chapadão do Sul alguns idosos que já causaram acidentes graves continuam dirigindo e são bem conhecidos pelos motoristas que trafegam nas ruas e avenidas da cidade. Conduzem carros potentes cujas colisões geralmente causam estragos, quando não são fatais. Pelo menos dois carros com pessoas de idade avançada foram interceptados pela PM para evitar tragédias no muicípio.

Está confirmado que Moisés Batista Dias estava com problemas de saúde quando colidiu contra uma carreta e faleceu após ser conduzido para Cassilândia na manha de quinta-feira. Já o acidente com Ervestes Batista Barbosa aconteceu em maio deste ano. Em 201º um idoso de Chapadão do Sul causou ferimentos graves em três ocupantes de um Fiat Uno quando fazia a conversão para sair da MS-306 e entrar na estrada da Iaco Agrícola. A falta de reflexo – provavelmente – causou o acidente.

IDOSO – Estudos comprovam que a partir de 60 anos ao volante o tempo de reação é 39,6% mais lenta do que jovens adultos, segundo pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Testes realizados em simuladores mostraram que o tempo de reação a partir da placa “Pare” até a frenagem foi de 1634 segundo para os idosos, enquanto para o grupo de pessoas mais jovens foi de 0,96 segundo.

No percurso simulado, os idosos levaram em média 7% a mais de tempo em relação aos mais jovens. Para especialistas, esse resultado não deve ser atribuído apenas a reflexos mais lentos. “Com o passar dos anos, as pessoas tendem a ficar mais cuidadosas e a dirigirem de forma mais devagar”, afirma a fisioterapeuta Angélica Castilho, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas.

“Com essa demora na reação diante de uma situação que exija uma frenagem mais rápida, é recomendado que o idoso dirija em condições mais propícias”, diz a médica Júlia Greve, orientadora da pesquisa. A idade dos motoristas avaliados foi de 74,3 anos para homens e 69,4 para mulheres. Eles dirigem em média há 48,5 anos, e elas há 40,6 anos. Apesar do tempo de reação maior, 97% dos participantes do estudo não se envolveram em acidentes nos últimos cinco anos nem foram multados no último ano.

No caso dos homens, seus carros têm 1º,7 anos, enquanto os das mulheres têm 5,7. Todos os avaliados dirigem seus veículos em dias de chuva, vias congestionadas e na hora do rush. A maior parte dos motoristas pesquisados – 87% dos homens e 73% das mulheres – dirige à noite.

Trocar de faixa, fazer baliza, rampas, e leitura de placas são manobras que representam certo grau de dificuldade para 33% das mulheres, e para 20,65% dos homens. A distância não é um problema para maioria dos condutores – 12% dos homens e 87% das mulheres dirigem em qualquer lugar.

Das mulheres, 20% já pensaram em parar de dirigir, e dos homens, apenas 1º%. “Recomendação médica, pedido familiar, facilidade de usar outro meio de transporte ou a autopercepção de incapacidade são os motivos que levariam a parar de dirigir”, diz a fisioterapeuta. (redação e google)

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