Chapadão do Sul/MS

Tetraplégico que morou em Chapadão do Sul é destaque na Folha de São Paulo após criar blog sobre acessibilidade

O médico veterinário Frederico Rio (mestre em produção e gestão da agroindústria) é destaque na Folha de São Paulo por montar um blog para fiscalizar, informar, denunciar e conscientizar a população sobre acessibilidade. Ele morava em Chapadão do Sul quando sofreu um grave acidente de moto em Campo Grande em 2008 e ficou tetraplégico.

Fred, como é chamado pelos amigos, gostava bastante de sair e curtir a cidade de Campo Grande, onde mora atualmente, mas o acidente o deixou em casa por dois anos. “A partir do momento em que existe dificuldade desde a porta de casa até chegar ao lugar em que deseja ir, você acaba desanimando, pedindo para alguém fazer o favor”, relembra.

Inconformado com a falta de informação e consciência das pessoas sobre as dificuldades de acessibilidade, em 201º, Fred resolveu montar o blog sobre o tema.

A intenção do veterinário foi direcionar o conteúdo publicado no “Acessibilidade na Prática” para pessoas sem deficiência. “Aos poucos, dentro do seu objetivo, o blog foi sendo conhecido e tendo um papel importante, principalmente para Campo Grande”, conta. Com o crescimento do blog, Fred resolveu ampliar a fiscalização e chamou amigos de diferentes áreas para reforçar o time de colaboradores. Atualmente, o “Acessibilidade na Prática” conta com a ajuda de arquiteto, terapeuta ocupacional, publicitário, veterinários e advogados, entre outros.

Diego Rios é outro colaborador. Advogado e especialista em direito tributário, vê o sistema jurídico brasileiro, principalmente o que diz respeito à acessibilidade, bastante complexo. “Porque existem normas federais, estaduais e municipais. Várias hierarquias que disciplinam a acessibilidade”, considera. “Precisamos impregnar a acessibilidade na cultura da sociedade”, completa.

O fundador do projeto conta que, desde que o conteúdo começou a ir para o ar, já recebeu muitos relatos de leitores que pouco sabiam sobre acessibilidade e hoje tomaram consciência da causa após ler o blog. “Cultura não se muda da noite para o dia, essa mudança estrutural também depende da nossa cultura, da dos políticos e demais profissionais”, considera Rios. “Devagarinho a gente chega lá, mas ainda falta bastante.” (Fonte Folha de São Paulo)(Colaboração Thais)

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