Chapadão do Sul/MS

“ROTEIRO de um filme de Terror” – Assassino diz que sentia ódio da filha desde seus 2 meses. Matou a mãe e a criança

        Desde o 2º mês de nascimento, Sophie Eugênia Borges era um peso para João Augusto Borges de Almeida. O rapaz de 21 anos afirmou em depoimento que se não matasse a bebê de 10 meses, a colocaria para adoção porque tinha “ódio” da filha que teve com Vanessa Eugênia Medeiros. Ambas foram mortas esganadas por ele e depois tiveram seus corpos queimados em área de mata no Indubrasil, em Campo Grande, na noite de segunda-feira (26).

Em depoimento ao delegado Rodolfo Daltro, o rapaz contou que conheceu Vanessa em aplicativo de relacionamento. Os dois passaram um mês conversando até que decidiram morar juntos com dois meses e logo a garota engravidou da pequena Sophie. No entanto, a relação do casal já era conturbada. “Relacionamento estava de mal a pior. Muita briga, muita discussão. Mas a gravidez foi bem aceita no começo. Eu queria a criança”, relatou João preso pela DHPP (Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa).

Porém, depois de 2 meses que a menina nasceu, ele afirma que as coisas ficaram piores. “Comecei a ter muito estresse em casa e no trabalho. Pressão financeira e emocional. Não conseguia descansar. Eu tinha muita raiva acumulada”, pontuou o rapaz. No depoimento contraditório, João chegou a alegar que Vanessa tentava se separar, mas ele não aceitava o fim do relacionamento porque queria ficar com a criança. Só que jovem disse que não daria a guarda para ele e que ainda faria a filha odiá-lo.

“Eu não queria separar. Queria mudar ela, mas ela não mudava. Falei então que ia ficar com a Sophie, mas ela não aceitou. Disse que ia fazer a menina me odiar e ainda ia pedir pensão. E, caso alguma coisa acontecesse com ela, a Sophie ficaria com a irmã dela”, disse.

Em um primeiro momento, João afirma que não teria problema em pagar a pensão, mas ele queria mesmo era cuidar da filha. O depoimento dura pouco mais de 36 minutos com muitas contradições por parte do rapaz que alega que matou a menina em um momento de raiva e momentos depois afirma que tinha ódio e queria se livrar dela.

“Esganei ela, não deu tempo de ela chorar. Não senti remorso. Não senti nada. Queria me livrar dela. Depois de um tempo dela nascida peguei raiva dela. Ela era um peso para mim. Tinha ódio dela”, afirma João. “Tomado pela raiva” – No dia do crime, João diz que sentiu uma raiva incondicional. Ele relatou ao delegado que saiu cedo para o trabalho e voltou por volta das 15h30 para almoçar em casa. Vanessa havia pedido para que ele comprasse leite e cotonetes para a filha, porém ele esqueceu.

“Ela reclamava de tudo. Sai e fui buscar, quando voltei ela reclamou e começamos a discutir. Eu estava cansado, não sei o que aconteceu, só soltei as correntes e me descontrolei. Fui para cima dela e dei um mata-leão. Tentei acalmar ela, mas ela não quis. Fui dar um beijo de despedida e ela me deu um tapa. Foi o estopim. Não sei o que aconteceu, peguei ela pelas costas e enforquei até ela desmaiar. Queria matar ela por causa da raiva acumulada”, disse ao delegado.

A briga aconteceu no quarto do casal, Sophie brincava na cama com os brinquedos. O rapaz então se virou para a menina e decidiu enforcá-la também. “Matei ela no momento de raiva. Eu estava consciente, mas não controlava meu corpo. Nem deu tempo dela chorar. Esganei ela”, relata.

Após matar as duas, ele colocou os corpos no banheiro da casa e voltou ao trabalho. No local, o rapaz acabou caindo e pediu para ser liberado. João foi então até uma unidade de pronto atendimento, depois voltou à empresa onde bebeu água e foi embora.

“Era umas 19h20. Passei comprei 13 litros de gasolina e fui para casa. Coloquei os corpos no porta-malas. Primeiro Sophie, depois a Vanessa que ficou como se estivesse abraçando a pequena. Eu só queria ir para um lugar distante para me livrar dos corpos. Cheguei lá, tirei a Vanessa. Carreguei ela no colo por uns 5 metros, depois peguei a bebê e coloquei deitada no peito dela”, relata João.

Em seguida, de acordo com a versão, ele cobriu as duas com cobertas e então jogou a gasolina. O rapaz voltou até o carro, pegou papéis e um isqueiro. Após incendiar as duas, voltou para casa e dormiu. “Era umas 22h. Deitei e apaguei. No dia seguinte fui na delegacia para registrar o desaparecimento. Ia dizer que outra pessoa tinha matado ela, não achei que iam achar os corpos tão rápido. Cheguei a mandar mensagens para a mãe e irmã dela e depois para minha irmã”, explicou o rapaz.

O delegado questiona o fato de João ter ido registrar o boletim de ocorrência, mesmo depois dos corpos terem sido encontrados. “Eu não sabia. Meu raciocínio foi dizer que a gente tinha conversado no almoço, ela disse que ia sair com algumas amigas e não voltou. Eu fiquei acordado até 1h e dormi. Acordei com um barulho no portão e vi que ela não estava em casa. Eu ia fingir desespero”, alegou.

Sobre ter cometido o crime sozinho, João afirmou que um colega de trabalho chegou a oferecer ajuda. No entanto, na hora não respondeu as mensagens e nem atendeu as ligações. O rapaz foi até a região onde o adolescente mora, mas depois decidiu cometer o crime sozinho mesmo.

Um investigador que está na sala chega a interromper o rapaz tamanha frieza durante o relato.  

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