Chapadão do Sul/MS

POLÍCIA aguarda laudo pericial para definir causa do assassinato de mulher em Chapadão do Sul. Marido segue preso.  

Após a localização do corpo de Elisiane Ferreira da Silva Alves numa cova rasa nos fundos da antiga  Fazenda Campo Bom e a definição da autoria do Feminicídio a  Polícia Civil de Chapadão do Sul aguarda o resultado do laudo pericial que definirá as causas da morte. O trabalho de investigação foi bem realizado com a prisão do marido da vítima. Após o laudo o delegado Felipe Potter deverá realizar – ainda sem data definida – a reconstituição do crime que começou na cidade e teve o desfecho na zona rural com a ocultação do cadáver. A audiência de custódia do suspeito definirá sua situação.

O acusado negou o feminicídio – apesar de todas as evidências – e criou um personagem fictício que teria matado sua companheira na rua e logo a seguir obrigando-o – sob ameaça de arma de fogo – a colocar o corpo no carro para desovar na zona rural.  Esta versão não se sustenta porque o delegado já ouviu diversas testemunhas  para fechar o inquérito deste bárbaro crime de muita repercussão em Chapadão do Sul.

VERSÃO 

Na sexta-feira a Polícia Civil divulgo o resumo do Boletim de Ocorrência com a versão do companheiro, José Edilson Ramos da Silva (Bigode), um homem considerado frio, covarde e autor de crimes de Violência Doméstica contra outras mulheres. Deu várias versões controversas sobre o mesmo caso e chegou até inventar um personagem fictício (Baianinho) como o homem que teria matado a esposa à pauladas numa rua movimentada da cidade. Apesar de ser inescrupuloso ao ponto de matar cruelmente a mulher, enrolar num cobertor e enterrar num local ermo se mostrou covarde ao ponto de ameaçar familiares  para não ser denunciado à polícia.

Cabe um destaque ao Setor de Investigação da Polícia Civil que ficou dois dias em diligências e ouvindo o depoimento de José Edilson Ramos da Silva que negava o crime. Sabendo que testemunhas viram o casal bebendo na noite de domingo ele criou um personagem fictício que teria matado a companheira á pauladas numa rua movimentada em Chapadão do Sul. Estranhamente ninguém viu.  Sem um álibi consistente acabou revelando o local onde a mulher foi enterrada. Mesmo assim disse que foi “obrigado” pelo suposto autor (Baianinho) a descartar o corpo nos fundos da fazenda, numa  área rural.

A prisão marca o terceiro Feminicídio ocorrido em Chapadão do Sul nos últimos dois anos, numa País onde muitas mulheres seguem sendo massacradas e mortas.  O Boletim de Ocorrência elaborado pela Polícia Civil mostra várias contradições do autor que alegava inocência mas sequer foi à Delegacia comunicar o “desaparecimento” da companheira. O registro teve como comunicante uma amiga da vítima que estranhou a ausência de Elisiane Ferreira da Silva Alves.   

Quando o cerco policial se fechou e testemunhas de agressões anteriores o apontavam como suspeito começou a fugir. Um familiar também revelou que Bigode chegou em casa transtornado logo após o Feminicídio, mas disse que não se entregaria. Foi preso tentando se esconder dos agentes que estavam em diligências.  O carro do homem que era limpo todos os dias foi visto completamente sujo de poeira no domingo de manhã, com o pneu dianteiro amassado e furado e o carter vazando indicando que trafegou numa vicinal para “descartar” o corpo.

A Polícia Militar chegou a atender um chamado na casa da irmã de Bigode após ter sido ameaçada para não denunciá-lo. Depois de pedir a presença de um advogado Bigode criou o personagem (Baianinho) para atribuir o crime. Este autor fictício estaria armado de revólver e o obrigou a levar o corpo até o local de desova. Elisiane estava enrolada num cobertor e enterrada na vala rasa, de barriga para baixo, pernas encolhidas. No local onde o corpo foi localizado compareceram as polícias Civil, Militar, funerária e peritos de Costa Rica. As causas da morte  serão reveladas após a elaboração do laudo elaborado pelos peritos criminais. A reconstituição também servirá para detalhar o desfecho dos últimos momentos de vida de  Elisiane Ferreira da Silva, uma alagoano que há dois anos corria atrás de seus sonhos em Chapadão do Sul.

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