Chapadão do Sul/MS

ACUSADO de Feminicídio criou “personagem fictício” para escapar da acusação em Chapadão do Sul. Corpo de Elisiane foi descartado numa cova rasa   

       Após a localização do corpo de Elisiane Ferreira da Silva Alves numa cova rasa nos fundos da antiga  Fazenda Campo Bom a Polícia Civil de Chapadão do Sul divulgou hoje o resumo do Boletim de Ocorrência com a versão do companheiro, José Edilson Ramos da Silva (Bigode), um homem considerado frio, covarde e autor de crimes de Violência Doméstica contra outras mulheres. Deu várias versões controversas sobre o mesmo caso e chegou até inventar um personagem fictício (Baianinho) como o homem que teria matado a esposa à pauladas numa rua movimentada da cidade. Apesar de ser inescrupuloso ao ponto de matar cruelmente a mulher, enrolar num cobertor e enterrar num local ermo se mostrou covarde ao ponto de ameaçar familiares  para não ser denunciado à polícia.

Cabe um destaque ao Setor de Investigação da Polícia Civil que ficou dois dias em diligências e ouvindo o depoimento de José Edilson Ramos da Silva que negava o crime. Sabendo que testemunhas viram o casal bebendo na noite de domingo ele criou um personagem fictício que teria matado a companheira á pauladas numa rua movimentada em Chapadão do Sul. Estranhamente ninguém viu.  Sem um álibi consistente acabou revelando o local onde a mulher foi enterrada. Mesmo assim disse que foi “obrigado” pelo suposto autor (Baianinho) a descartar o corpo nos fundos da fazenda, numa  área rural.

A prisão marca o terceiro Feminicídio ocorrido em Chapadão do Sul nos últimos dois anos, numa País onde muitas mulheres seguem sendo massacradas e mortas.  O Boletim de Ocorrência elaborado pela Polícia Civil mostra várias contradições do autor que alegava inocência mas sequer foi à Delegacia comunicar o “desaparecimento” da companheira. O registro teve como comunicante uma amiga da vítima que estranhou a ausência de Elisiane Ferreira da Silva Alves.  

Quando o cerco policial se fechou e testemunhas de agressões anteriores o apontavam como suspeito começou a fugir. Um familiar também revelou que Bigode chegou em casa transtornado logo após o Feminicídio, mas disse que não se entregaria. Foi preso tentando se esconder dos agentes que estavam em diligências.  O carro do homem que era limpo todos os dias foi visto completamente sujo de poeira no domingo de manhã, com o pneu dianteiro amassado e furado e o carter vazando indicando que trafegou numa vicinal para “descartar” o corpo.

A Polícia Militar chegou a atender um chamado na casa da irmã de Bigode após ter sido ameaçada para não denunciá-lo. Depois de pedir a presença de um advogado Bigode criou o personagem (Baianinho) para atribuir o crime. Este autor fictício estaria armado de revólver e o obrigou a levar o corpo até o local de desova. Elisiane estava enrolada num cobertor e enterrada na vala rasa, de barriga para baixo, pernas encolhidas. No local onde o corpo foi localizado compareceram as polícias Civil, Militar, funerária e peritos de Costa Rica. As causas da morte  serão reveladas após a elaboração do laudo elaborado pelos peritos criminais. A reconstituição também servirá para detalhar o desfecho dos últimos momentos de vida de  Elisiane Ferreira da Silva, uma alagoano que há dois anos corria atrás de seus sonhos em Chapadão do Sul.

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