Chapadão do Sul/MS

Papa acolhe gays e ataca lobbies no Vaticano

Agência Estado/KD

O papa Francisco abre as portas da Igreja aos gays e se prepara para acolher os divorciados, facilitando a anulação de casamentos. Os anúncios foram feitos pelo pontífice que, quebrando tabus, deixa claro que estende a mão a esses segmentos. ?Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade quem sou eu para julgá-la?, declarou. ?O catecismo da Igreja explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados por causa disso, mas devem ser integrados na sociedade.?

Se a posição pastoral sobre os gays pode representar mudança, Francisco, porém, disse que não haverá nova opinião do Vaticano sobre a ordenação de mulheres, aborto ou casamento gay. O que deve mudar é a forma de tratar as pessoas – não só em relação aos gays, mas também pelo anúncio a respeito dos casamentos.

Ao responder sobre a admissão dos divorciados na comunhão, o santo padre mostrou que a saída também é pastoral. ?A Igreja é mãe. Ela cura os feridos.? E fez o anúncio de que em breve revisará a anulação de matrimônios, sob a alegação de que a maioria deles é nula. E isso deve ser objeto do próximo sínodo dos bispos.

O papa concordou em dar uma entrevista sem conhecimento prévio das perguntas – como pediam seus antecessores – aos jornalistas que o acompanharam no voo entre o Rio e Roma, após ter participado da Jornada Mundial da Juventude. Na conversa de quase 1630, disse que é papa ?normal? e ?peca?. Longe de infalível, Francisco admite: tem seus limites.

Com as mãos no bolso, o papa encostou-se na parede e apoiou-se nas poltronas como se conversasse com amigos. Riu, contou história e fez piadas. E, apesar do cansaço, avisou: vai viajar muito nos próximos anos. Não houve tema tabu. Falou de tudo e não deixou pergunta sem resposta.

O pontífice tratou dos gays ao responder sobre o monsenhor Battista Mario Ricca, nomeado por ele para o Banco do Vaticano. No passado, Ricca teria mantido relações homossexuais – um suposto lobby gay no Vaticano o teria ajudado. ?Quando vamos confessar e nós dizemos que pecamos, o senhor esquece e nós não temos o direito de não esquecer.?

Para ele, o problema do lobby gay ?é fazer lobby?. ?O problema não é ter essa tendência (homossexual). Não! O problema é fazer lobby, o lobby dos avaros, o lobby dos políticos, o lobby dos maçons, tantos lobbies. Esse é o pior problema.?

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