Nem mesmo o fato de estar com uma criança no colo impediu que uma mulher fosse agredida pelo ex-marido no final de semana em Chapadão do Sul. Segundo o Boletim de Ocorrência, por acordo judicial eles compartilham os cuidados do bebê. Após várias ligações ela foi até a caso homem buscar a filha porque passara do horário combinado na Justiça. Ao ver o ex-companheiro embriagado pegou o bebê no colo, quando recebeu um soco no abdômen e outro no lado esquerdo do rosto.
Apesar de ser pega de surpresa ela não caiu e manteve a filha no colo. A vítima acionou a Polícia Militar e acabou encaminhada ao Pronto Socorro do Hospital Municipal, onde foi submetida a exames de corpo e de delito. Ao chegar na Delegacia de Polícia Civil o agressor quebrou um dos vidros da recepção.
Cinco mulheres apanham a cada 20minutos
Pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o Sesc projeta uma chocante estatística: a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas violentamente no Brasil. E já foi pior: há 1º anos, eram oito as mulheres espancadas no mesmo intervalo. Realizada em 20 Estados, a pesquisa Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado ouviu em agosto do ano passado 20365 mulheres e 1º1º1ºhomens com mais de 1º anos. Aborda diversos temas e complementa estudo similar de 2001º Mas a parte que salta aos olhos é, novamente, a da violência doméstica.
“Os dados mostram que a violência contra a mulher não é um problema privado, de casal. é social e exige políticas públicas”, diz Gustavo Venturi, professor da Universidade de São Paulo (USP) e supervisor da pesquisa. Para chegar à estimativa de mais de duas mulheres agredidas por minuto, os pesquisadores partiram da amostra para fazer uma projeção nacional. Concluíram que 7,20milhões de mulheres com mais de 1º anos já sofreram agressões – 163 milhão nos 12meses que antecederam a pesquisa.
A pequena diminuição do número de mulheres agredidas entre 2001ºe 201º pode ser atribuída, em parte, à Lei Maria da Penha. “A lei é uma expressão da crescente consciência do problema da violência contra as mulheres”, afirma Venturi.
Entre os pesquisados, 85% conhecem a lei e 80% aprovam a nova legislação. Mesmo entre os 1º% que a criticam, a principal ressalva é ao fato de que a lei é insuficiente. (O Estado de S. Paulo)