Chapadão do Sul/MS

Motoristas que trafegam pela MS-306 compram crack em Chapadão do Sul. Tática de traficantes evita flagrante.

Três homens foram presos e encaminhados à Delegacia de Polícia, na semana passada, vendendo crack na esquina das ruas M com a D, no bairro Esperança, em Chapadão do Sul. Cassiano, Fabrício e ?Boy? são velhos conhecidos da Polícia Militar e suspeitos de atuação constante na venda de drogas através de usuários para não serem presos em flagrante. Segundo investigação policial dois deles usam as mulheres no tráfico. Outros envolvidos também estão sendo investigados. A polícia também considera preocupante a transformação de uma área residencial em ponto de tráfico de drogas e a comercialização de crack com caminhoneiros que dividem a pista da MS-306 com outros carros.

A operação foi realizada no último dia 1º, mas somente agora as informações foram liberadas para não atrapalhar as investigações. Os PMs usaram carros descaracterizados para chegar perto dos suspeitos. Apenas pequenas quantidades de crack e um cachimbo foram encontrados. Um caminhoneiro acabou detido com porções da pedra que seria usada para testar a ?qualidade? do produto. Dois grupos distintos se encarregam da distribuição de drogas na rua M com a D e em outros pontos do bairro Esperança.

A ação dos criminosos é danosa à sociedade, mas também colabora para a colocação de ?noiados? ao volante nas rodovias de Chapadão do Sul, estado e do Brasil. De 1º7 milhão de quilômetros de estradas, o Brasil tem apenas 1º8 mil quilômetros pavimentados, mas grande parte está em maus estado de conservação. Estudos realizados por universidades, seguradoras e a experiência de policiais rodoviários indicam que é bastante alto o número de motoristas de caminhão que utilizam drogas ao dirigir. Em parte, isso resulta de concepção do sistema de transportes do Pais. Um pais continental deveria contar com uma imensa malha ferroviária, deixando os caminhões para o sistema de distribuição de carga a partir de entrepostos ao longo das ferrovias.

Uma vez que isso não é assim, o Brasil convive com absurdos como uma carga ir do Rio Grande do Sul ao Pará, em mais de 4 mil quilômetros, por rodovia. Caminhões que percorrem dois, três ou 4 mil quilômetros em uma única viagem são comuns. Isso é um desastre, considerando o reflexo do custo do transporte sobre o valor final da carga. Isso também compõe o custo Brasil.

Para vencerem longas distancias, em dias de viagem, para ganhar um pouco mais no final do mês, os motoristas acabam aderindo ao estimulantes: rebites (anfetamina), cocaína e, agora, a desgraça nacional, o crack. As drogas dão uma ilusão de bem estar, euforia, disposição. Apos horas drogado e guiando o motorista começa a se esgotar e pode dormir repentinamente ou começar a perder a capacidade de avaliar distancia e velocidade.

(Redação e laudaamassada.blogspot.com.br)

(Foto Ilustração)

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