Chapadão do Sul/MS

INTERNAUTA Mineiro veio ver Chapadão do Sul, a cidade que a Rede Globo mostrou para o Brasil

O internauta mineiro Cláudio trouxe novamente á tona o assunto “Reportagem da Rede Globo divide opiniões em Chapadão do Sul”. Leiam seu interessante relato após vir de Belo Horizonte para ver de perto o município: Moro em Belo Horizonte e, depois de ver a reportagem do Globo-Repórter, quis conhecer esta cidade mais de perto. Saímos de BH, eu e minha família, rodamos os 1º20 km e chegamos num sábado à tarde. Rodamos pelo centro, pelos diversos bairros, passamos por quase todas as ruas da cidade. Conversamos longamente com um corretor de imóveis, com funcionários do Hotel onde ficamos, comerciantes de restaurantes, farmácias, etc. Visitamos o Hospital, passamos pelos prédios públicos, enfim… Demos uma geral na cidade. Não estivemos com ninguém do agro-negócio, mas, pelo que deu pra ver, é uma atividade que gera riqueza direta para poucos (não gera grande número de empregos diretos), mas indiretamente distribui a riqueza a toda a população através dos impostos, e comércio/serviços correlatos. Nossa conclusão pessoal após a visita que durou três dias (domingo, segunda e terça) foi a seguinte: 1º? a cidade se encontra em franco desenvolvimento com crescimento acelerado da população; 20? as esferas de governo, cientes dos perigos deste crescimento, tentam mitigar seus impactos com planejamento de infra-estrutura que parecem estar no caminho certo no site da prefeitura há registros que mostram a intenção dos governantes de antecipar as soluções (parecem controlar bem as situações projetadas no tempo); 3 ? pela arquitetura das unidades habitacionais, percebe-se que há ricos, pobres, e classe média, mas sem ocorrência de ocupações desordenadas (favelas) nos limites da cidade (toda cidade tem que ter todos os níveis de situação de renda… é uma questão de sobrevivência da cidade);

4 ? existe no ar uma notável sensação de segurança visto que não há pedintes pelas ruas em nenhuma região e a população ocupa democraticamente os espaços públicos; 5 ? as atividades comerciais parecem não conseguir atender a população em diversos segmentos (negócios pioneiros podem ser iniciados sem haver concorrência); 6 ? uma boa parte da população é de origem do sul do Brasil o que explica a, em minha opinião, simpática cultura do chimarrão (é um povo bem tranqüilo este do chimarrão… alguém aí conhece um estressado que toma este mate até tomando banho?); 7 ? nas diversas regiões da cidade, principalmente no domingo, vi famílias e amigos reunidos na porta das casas batendo papo e, em alguns casos, tomando o chimarrão, o que demonstra um estilo de vida bem diferente (menos tumultuado) do que vivemos nas metrópoles;

8 ? ao transitar pelas ruas mais movimentadas da cidade nos dias de semana, percebi grande facilidade de encontrar vagas para estacionar, grande parte das vias principais é provida de canteiro central arborizado e há espaço para estacionar sem causar danos ao tráfego dos veículos. A impressão que tivemos é que a malha viária da cidade foi projetada de maneira a comportar ainda um expressivo crescimento da população sem danos à mobilidade urbana; 9 ? ainda não sei se é por alguma restrição do código de posturas da cidade, dificuldades de engenharia ou se por uma questão cultural mesmo, é raríssima a ocorrência de prédios.

Vê-se praticamente apenas casas de no máximo dois pavimentos (no meu entender, a não verticalização é uma excelente forma de ocupação dos espaços minimizando os impactos na infra-estrutura e na qualidade de vida da população); 1º ? o ritmo do trânsito de pessoas e veículos é, em geral bastante civilizado e tranqüilo; 1º ? a praça de eventos é realmente o que vimos na reportagem (ou até mais do que aquilo). no domingo em que estivemos lá, havia brinquedos infláveis para as crianças, cama elástica, com monitores, tudo de graça, e o filho do médico, o filho do engenheiro, o filho do pedreiro e da empregada doméstica estavam todos brincando juntos.

Além das quadras, foot-volley, playground, tudo sendo utilizado pela população e em ótimo estado de conservação; 12? me surpreendi também com a piscina pública, lugar onde qualquer habitante pode praticar natação, hidro-ginástica, etc. pareceu-me bem conservada e limpa. 1º ? a estrutura das escolas públicas e privadas parece adequada à demanda e, pelo que ouvimos dos habitantes, tem qualidade satisfatória; 1º ? os serviços de saúde pública, pelo que vimos andam na mesma linha da educação; 1º ? há obras de implantação de redes de esgoto pela cidade o que gera poeira e alguns transtornos (nada de anormal para o caso);

1º ? recebi o testemunho de pessoas que declararam ser Chapadão um ótimo lugar para se viver, e percebi certa sinergia da atitude poder público com a atitude de grande parte da população refletindo um enorme desejo de crescer sem destruir, crescer mantendo a qualidade de vida da população; Não quero fazer parecer que acho que a cidade não tem defeitos ou desafios. Mas o meu olhar sobre Chapadão revelou uma cidade que, comparando com outras, realmente tem qualidades relevantes.

No meu entender, o crescimento populacional, se tratado com responsabilidade pelo poder público, não deve ser entendido pela população local como uma ameaça. A cidade, para se desenvolver, precisará de profissionais de todos os tipos e níveis de instrução e em quantidade suficiente. Talvez estes diversos profissionais sejam até mais importantes que uma grande indústria que talvez venha a gerar um enorme impacto ambiental e, devido às tecnologias de automação venham gerar apenas 300, ou 400 empregos. Sei lá… Penso que imigrante ruim é aquele que tem o interesse de explorar a cidade que vive um bom momento. Este planeja mal pensando que vai ser moleza (dinheiro fácil) e aí acaba se dando mal.

Aí vai ficar criticando tudo e todos dizendo que a culpa é da cidade… ou até da ?reportagem enganosa?. Eu, se migrar para Chapadão, e Deus queira que as coisas se encaminhem desta forma, irei com as mangas arregaçadas para o trabalho. Colocaremos nossas mão a serviço do desenvolvimento desta cidade pela qual tenho um enorme respeito.

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