Chapadão do Sul/MS

Garçonete é massacrada pelo namorado em Chapadão do Sul. Muitas fugiram da cidade para escapar das surras

Maria Celeste da Silva foi agredida pelo namorado, Paulo Sérgio Batista, na noite de ontem após discussão que começou numa conveniência localizada na Avenida Goiás. A ocorrência coincide com a diminuição dos massacres contra mulheres em Chapadão do Sul. Quando chegaram em casa o valentão pegou a vítima pelos cabelos e ?sentou o braço?. Socos e pontapés foram desferidos contra uma pessoa indefesa e sem capacidade de reagir. O resultado da ação do ?valentão? foi escoriações nas pernas, braço, pescoço e boca da jovem.

êXODO DE MULHERES – Terra de pioneiros e um lugar a ser considerado para se arriscar uma vida melhor, Chapadão do Sul recebeu milhares de sulistas ao longo dos anos. O constante êxodo de nordestinos pelo Brasil também colocou o município no mapa das oportunidades. Após a longa viagem de estados distantes como Alagoas o que fazer quando algo não sai como o planejado. Contratempos fazem parte da rotina de muitos retirantes, inclusive das mulheres que começam a ser espancadas pelos companheiros.

Algumas são mortas, outras massacradas diariamente em silêncio, mas a maioria prefere voltar com os filhos como única garantia de vida. Esta foi a decisão tomada por uma dona de casa que sobreviveu ao ataque do ex-marido enquanto o namorado fugia pelado pelas ruas do Parque União. Apesar de trágica e cômica a cena ilustra mais uma página da vida real de mulheres que apostaram as vidas para vencerem no mercado de trabalho em Chapadão do Sul.

O ferimento causado no ataque furioso e covarde não dói mais que a decisão de jogar tudo para o alto e voltar para o Nordeste, lugar deixado com a intenção de voltar somente nas férias para rever parentes. Cansadas de apanhar duas vítimas de violência doméstica foram embora em 201º

Várias mulheres já foram conduzidas ao Pronto Socorro do Hospital Municipal de Chapadão do Sul após serem esfaqueadas ou mutiladas pelos maridos. Uma delas se salvou porque o cabo da faca se soltou no primeiro golpe, quando a lâmina entrou em seu braço. Ao ser surpreendido pela ?falha? do equipamento o homem fugiu com rumo ignorado. A vítima também confirmou a intenção de ir embora.

Em 201ºo Corpo de Bombeiros atendeu uma dona-de-casa agredida a socos e pontapés pelo marido. Enfurecido ele aplicou um gancho no queixo da mulher que quase teve a mandíbula deslocada. A vítima não conseguia falar direito devido ao ferimento. O covarde foi levado pela Polícia Militar e entregue na Delegacia de Polícia.

Através dos trabalhos desenvolvidos pelo Centro de Estudos e Pesquisas do Desenvolvimento da Sexualidade Humana, constatou-se alguns aspectos do perfil psicológico do “marido agressivo”. Basicamente o homem possuia uma forte “relação de posse” sobre a mulher.

Em todos os casos o indivíduo agressivo teve uma infância marcada por situações de agressividade. Em sua maioria, vieram de lares onde imperava o “exercício de autoridade”. Pais que constantemente brigavam fisica ou verbalmente diante da criança. Pais que educavam usando “o bater como forma pedagógica” para qualquer situação. Pais que usavam constantes “ameaças” para conseguir da criança um comportamento desejado

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