?Enxugando gelo?. Esta seria a designação mais apropriada para uma ação da Polícia Militar iniciada por volta das 3hs30 da manhã de hoje na frente da boate Stradivarius, em Chapadão do Sul. A frustrada atuação policial teve início pelo telefone de emergência (12) que recebeu o pedido de socorro de Priscila de Oliveira Souza que era surrada pelo companheiro, o ex-apenado Alessandro Araújo Bezerra. Quando uma viatura chegou na base, após concluir outra solicitação em andamento, a guarnição partiu para socorrer a mulher que apanhava. Na saída do quartel o cabo Adriano percebeu a silhueta de um homem em atitude suspeita que tentava se esconder na sombra existente entre o muro da empresa TRR Petro Fazenda e algumas árvores na rua Vinte e Nove. Naquele momento teve início à ocorrência mais insólita do ano, numa cadeia de acontecimentos que afetou o atendimento a vários cidadãos.
O vulto que buscava a proteção das sombras era de Alessandro Araújo Bezerra, o mesmo homem acusado de espancar Priscila de Oliveira Souza. A Polícia Militar ainda não sabia desta informação e – por ofício – perseguiu o suspeito em fuga. Ele pulou o muro de acesso a TRR Petrofazenda numa fuga alucinada com um PM em seu encalço. Quando ele sumiu na escuridão, sem deixar rastro o telefone 12 tocou novamente. Era uma dona de casa assustada com a presença de um homem em seu terreno. Os PMs voltaram a ter pistas do fugitivo.
A guarnição chegou no local e nada foi encontrado, mesmo após uma busca minuciosa. Passados mais dez minutos a dona de casa liga novamente e os militares voltam a seguir o rastro do fugitivo. Era Alessandro Araújo Bezerra que tinha se enfiado num corredor minúsculo para tentar fugir dos PMs. Sua localização foi possível porque a proprietária do imóvel conseguia escutar sua respiração ofegante através da parede.
Alessandro foi preso sob as seguintes acusações no BOPM (Boletim de Ocorrências da Polícia Militar): Vias de Fato, Danos (danificou a porta de uma casa na Avenida Goiás), Violação de Domicílio e por ser egresso do sistema penitenciário por tráfico de drogas não poderia estar envolvido numa ocorrência como autor. Além disso, três viaturas e sete policiais acabaram mobilizados em pelo menos três horas num único atendimento. No início desta ocorrência Priscila de Oliveira Souza, a mulher que ligou para o 12 após a sessão de espancamento praticado por Alessandro Araújo Bezerra, acusou a PM de não atender uma solicitação anterior dela contra o mesmo autor.
Esta história teve o seguinte desfecho: Priscila de Oliveira Souza pediu socorro após ser espancada. A Polícia Militar perdeu três horas atrás do acusado, mobilizou sete homens e três viaturas até a captura. Depois de todo este esforço o homem foi entregue na Delegacia de Polícia Civil e acabou imediatamente liberado porque Priscila de Oliveira Souza não quis representá-lo.
