Uma internauta que trafegava na madrugada de hoje pela Avenida Onze se assustou com o boneco pendurado no Viaduto Vitório Tontinni (Posto Avenida). A primeira impressão foi de uma pessoa que acabara de se suicidar porque – de longe – a anatomia humana foi bem confeccionada. Já outros internautas que interagiram não perderam a oportunidade de associar a figura ao técnico Medina do Inter que foi demitido pela incompetência ou um atacante do Grêmio cujo time perdeu para o “poderoso” Chapecoense em casa. Trata-se – provavelmente – da Malhação do Judas, uma cultura Cristã introduzida na América Latina pelos espanhóis e portugueses e acontece sempre no Sábado de Aleluia, simbolizando a morte de Judas Iscariotes.
Em várias cidades brasileiras esta tradição é mantida. Consiste em surrar um boneco do tamanho de um homem, forrado de serragem, trapos ou jornal, pelas ruas de um bairro e atear fogo a ele, normalmente ao meio-dia. Cada país realiza o evento de um modo. Alguns queimam os bonecos em frente a cemitérios ou perto de igrejas. No Brasil é comum enfeitar o boneco com máscaras ou placas com o nome de políticos, técnicos de futebol ou mesmo personalidades não tão bem aceitas pelo povo.
Em algumas cidades é uma atração turística, como em Itú (SP). O costume ituano difere da malhação do Judas de qualquer outro lugar do país. O Estouro do Judas é um acontecimento exclusivo, que mantém a tradição da literal explosão dos bonecos representando as figuras do próprio Judas e do diabo. Ao invés de realizar o espancamento do boneco, os ituanos inventaram um espetáculo no qual Judas, acompanhado do demônio, é detonado com bombas.
Nos relatos bíblicos, Judas Iscariotes, que integrava o grupo de apóstolos de Jesus, foi o responsável por entregar Cristo aos soldados que o levaram para ser crucificado. Judas indicou Jesus com um beijo no rosto. Pela traição, o apóstolo recebeu 30 moedas de ouro. A passagem bíblica marca um dos maiores casos de traição da história da humanidade e – por isso – faz os cristãos, anos após anos, reviverem a cena. (redação e Wikipédia)


