A carreta apreendida pela Polícia Militar na tarde desta quinta-feira foi roubada em Urânia (SP) por uma quadrilha especializada em ataques a cargas valiosas pelo Brasil. A carga de defensivo agrícola foi avaliada em cerca de R$ 2 milhões. A quadrilha era formada por cerca de oito criminosos e duas caminhonetes que atuavam como batedores durante parte do percurso. Antes de ser amarrada a vítima acionou o “Botão de Pânico” da carreta e a empresa começou a rastrear o trajeto e comunicar a PM sobre as características do veículo. O cerco foi se fechando até o confronto armado nas imediações do pedágio da MS-306, em Chapadão do Sul.
Policiais de Chapadão do Sul, Costa Rica, PRE (Polícia Rodoviária Estadual com apoio do COD (Comando de Operações de Divisa) interceptaram a carreta com a carga valiosa. O sistema de rastreamento bloqueou o motor na parada do pedágio, na MS-306. Os dois quadrilheiros abandonaram o veículo e fugiram em direção à lavoura de soja no acostamento. Estavam armados e partiram para o confronto contra os PMs. O primeiro trocou tiros com uma guarnição de Costa Rica e foi abatido. O segundo atirou contra policiais de Chapadão do Sul e também acabou baleado.
Um deles era de alta periculosidade e estava foragido do Presídio de Bauro II (SP). Natural de Campinas (SP), tinha uma extensa ficha criminal por roubo, assaltos e outros crimes. Estava com Mandado de Prisão em aberto pelo Poder Judiciário de São Paulo. São bandidos com perfil violento que preferem morrer à rendição. Foi um belo trabalho da Polícia Militar e sorte do caminhoneiro.
Uma campanha nacional dos Serviço Social de Transportes (Sest) e Serviço Nacional de Aprendizagem dos Transportes (Senat) alerta motoristas de transportes de cargas sobre os riscos de roubos nas rodovias brasileiras. De acordo com a Sest e o Senat, dados da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística mostram que o Brasil registrou mais de 18.300 roubos de cargas em rodovias, causando prejuízos de R$ 1,4 bilhão ao setor.
Geralmente os motoristas são assassinados ou amarrados no meio do mato lindeiro às rodovias. Muitos morrem de sede, fome ou atacados por animais porque não conseguem tirar os nós das cordas. São trabalhadores que ficam longe das famílias, pagam preço elevado no combustível e ainda são “caçados” por quadrilhas especializadas no roubo de cargas, pneus e peças. Voltar para casa vivo é sempre algo a ser comemorado.
