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As redes sociais de Chapadão do Sul estão movimentadas com discussões políticas sobre quem será o próximo prefeito nesta eleição municipal. Dr Natalina (PT) Jocelito Krug (PSDB) ou Walter Schlatter (PP) ou Abel Lemes União Brasil). Discute-se hoje questões pontuais como educação, saúde, limpeza urbana e trânsito numa cidade que beira os 40 mil habitantes, com uma infraestrutura gigantesca. Mas Como era no passado, na década de 70, quando o povoado tinha meia dúzia de pioneiros obstinados que colocaram a “mão na massa” e começaram a construir a cidade que conhecemos hoje?
A primeira eleição se deu em 1988. Edwino Raimundo Schultz (PDT) venceu a disputa contra Elo Ramiro Loeff (PMDB). Era uma época sem as modernidades de hoje como rede social e urna eletrônica. Schltz tinha como vice o Dr Paulo Batista e Elo fez dobradinha com o Dr Hélio Libber Lopes. Chapadão do Sul tinha 2.587 eleitores. O resultado foi 1005 votos para Schultz contra 896 de Elo Ramiro, numa diferença de 109 votos.
PRIMEIRA Câmara de Vereadores
Já a Câmara de Vereadores da época teve os seguintes vereadores eleitos. Alirio Bacca (PDT 141) / Norma Vargas (PMDB 120) / Jose Luiz Deganutti (PMDB 119) / Ademar Nunes (PMDB 115) / Itacir Remonatto (PMDB 110) / Roberto Fabiani (PDT 108) / Luiz Carlos de Freitas (PFL 93) / Luiz de Jesus (PDT 78) / José Casarin (PFL 69). Neste pleito o PMDB fez o maior número de vereadores e a bancada mais numerosa do Poder Legislativo.
PRIMEIROS PASSOS POLÍTICOS DE CHAPADÃO DO SUL

Ao ganhar a eleição Schultz não tinha a estrutura de hoje porque era preciso construir tudo numa comunidade inóspita, cheia de cascavéis e que ainda precisava ser colonizada para formatar o modelo de desenvolvimento econômico que décadas mais tarde tornaria o Chapadão dos Gaúchos em Chapadão do Sul, a “Capital Agrícola” de MS.
Passaram-se 51 anos (1973) desde chegada de Edwino Raimundo Schultz com a família e Chapadão do Sul. Faleceu em maio de 2020, aos 83 anos, fora dos holofotes políticos que marcaram sua existência. Foi um homem importante na história do município e deu os primeiros passos em várias ações continuadas por outras pessoas. Alguém tinha que ser o primeiro prefeito e quis o destino que Schultz assumisse a gestão de uma comunidade ainda sem os recursos de hoje e tudo por fazer.

Começou a história da gestão pública que conhecemos hoje. Até o fim de seus dias era chamado para ser cabo eleitoral de algum candidatos a prefeito ou à Câmara de Vereadores. Tem centenas de simpatizantes que admiraram sua história e da esposa, Dalila Goelzer, até hoje. Ela foi uma mulher conhecida pela bondade e preocupação com o próximo.
Shultz casou com Dalila Goelzer em 1953 e tiveram seis filhos, quinze netos e sete bisnetos. Mudou-se para Chapadão do Sul em 1973, instalando-se onde hoje está a MS-306, mais especificamente no KM-105. Neste local abriu o primeiro posto de gasolina (Posto Chapadão) com mercearia e construiu a primeira residência no Chapadão dos Gaúchos (como era conhecido na época).
LOTEAMENTO BAIRRO ESPERANÇA

Deu início ao loteamento que futuramente se tornou Chapadão do Sul. A família Schultz foi uma das fundadoras da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil. Participou da comissão de emancipação se tornado o primeiro prefeito, assumindo em 1989 até 1992. Nesse período, juntamente com a esposa e filhos, doaram 600 lotes para a criação do Bairro Esperança, onde também está o estádio da SERC e Clube Pantanal.
O nome do novo Paço Municipal leva o nome de Edwino Raimundo Schultz. Já a antiga Creche Pingo de Gente agora chama-se Dalila Goelzer Schultz, sua fundadora. Ela também marcou a vida de muitas pessoas pela iniciativa peculiar de sempre ajudar o próximo. Viveu literalmente para os outros em sua curta existência. No caso da creche, ela tinha muita preocupação com as crianças e a Educão Infantil numa cidade que acabara de sair da condição de distrito de Cassilândia e onde faltava tudo.
MULHER À FRENTE DE SEU TEMPO

O legado de Dalila é um “farol de inspiração” pela visão à frente de seu tempo em cuidar das gerações futuras num ambiente seguro. Crianças que conviveram com Dalila há cerca de 30 anos hoje são adultos e guardam recordações importantes da mulher que as ajudou a trilhar os caminhos sinuosos da vida. Sua história de vida é marcada pelo compromisso com a comunidade sul-chapadense. Ao casar-se com Edwino Raimundo Schultz compartilhou uma vida repleta de desafios e conquistas notáveis.
Juntos, os pioneiros foram protagonistas da história e moldaram o destino da comunidade local, hoje a Chapadão do Sul que tanto nos orgulhamos. Quando Schultz foi prefeito ela assumiu o comando da Assistência Social com atuação marcante. Era defensora ferrenha das pessoas em vulnerabilidade social e – em especial – as crianças.
Sob seu comando a Assistência Social tornou-se uma das pastas mais eficientes na promoção do bem estar social. Implementou vários programas direcionados às famílias da comunidade que dava os primeiros passos. Um dos legados do casal foi a doação de lotes de terra que formou o bairro Esperança. Faleceu em 1995, deixando um vazio que não foi capaz de apagar e memória de uma grande mulher. Ainda inspira a atual geração pela dedicação ao próximo porque o amor e dedicação sempre fazem a diferença.
Fotos antigas extraídas do livro Pioneiros, da professora Ana Maria Laurindo Lorenzon