Chapadão do Sul/MS

FARMÁCIA que atuou em Chapadão do Sul se desfaz de patrimônio de 73 anos e evita a falência. São Bento é tradicional em MS

Com apenas duas farmácias, o Grupo Buainain se desfez do patrimônio construído ao longo de 73 anos e conseguiu chegar a acordo com os credores para evitar a falência da São Bento. Nesta terça-feira, a assembleia geral virtual de credores aprovou, pela primeira vez em seis anos, o plano de recuperação da empresa. As dívidas somam aproximadamente R$ 100 milhões. A empresa chegou a operar em Chapadão do Sul, caiu no agrado popular, foi assaltada em três oportunidades mas fechou devido ao encolhimento imposto pelas dívidas e ações trabalhistas.

A mais famosa rede de drogarias de Mato Grosso do Sul foi à bancarrota em janeiro de 2015 quando ingressou com ação de recuperação ao admitir não ter condições de pagar a dívida de R$ 73 milhões. Na ocasião, o grupo contava com 91 farmácias distribuídas na Capital e no interior do Estado.

A situação da rede agravou-se ainda mais com a chegada dos grandes grupos, como Pague Menos, Drogasil, Farmácia Popular, entre outras, e levou ao fechamento de 89 farmácias, com a devolução de prédios, demissão em massa de funcionários e calote nos credores. Denúncia do pagamento de pro labore aos sócios deixou os donos em maus lençóis com a Justiça e um dos credores chegou a pedir a declaração da falência da São Bento.

Desde março do ano passado, quando começou a pandemia da covid-19, credores e sócios travam uma guerra de liminares na Justiça. A última ocorreu no sábado, quando o desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso acatou pedido do Santander e suspendeu a assembleia geral prevista para o dia 15 deste mês. O magistrado acatou o pedido do banco espanhol e entrou de férias.

A assembleia foi possível porque o desembargador Alexandre Bastos, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, acatou o pedido do Grupo Buainain e derrubou a liminar de Cardoso. A assembleia foi aberta pelo administrador judicial, Fernando Abrahão, que contabilizou quórum para deliberar sobre o plano de recuperação.

De acordo com o advogado Carlos Almeida, com apenas duas farmácias, o grupo empresarial não teria condições de sanar as obrigações com recursos financeiros. Ele destacou que os débitos serão quitados mediante deságio (desconto) e a venda dos ativos patrimoniais das empresas. Os sócios também entregaram imóveis para garantir a execução do Plano de Recuperação Judicial. Os imóveis dados em pagamento serão desocupados em 30 dias.

Dos 186 autores de ações trabalhistas, 182 aceitaram a proposta de acordo do grupo. Dos 113 credores quirografário (sem garantia real), 102 concordaram com o plano, enquanto cinco dos credores com garantia real, três votaram a favor da proposta da empresa.

Almeida informou que está avançada a negociação para o pagamento dos débitos com o poder público, que ultrapassa R$ 30 milhões e inclui tributos federais, estaduais e municipais. Com a aprovação do Plano de Recuperação Judicial, o primeiro desde o início do processo há seis anos, a empresa fica livre, por enquanto, do risco de ter decretada a falência.

O Grupo Buainain foi fundado com a primeira farmácia da São Bento em 1948 por Adib Assef Buainain em 1948 na esquina das ruas 14 de Julho e Marechal Cândido Mariano Rondon, no Centro. O local também foi fechado, marcando o colapso do grupo empresarial. (ojacaré.com.br)

Facebook
Twitter
WhatsApp

Leia Também