A alvorada da manhã desta quinta-feira foi simbólica, como se o tempo tivesse parado e retrocedido por 50 anos, quando o avião do Comendador Júlio Alves Martins aterrissava numa área do serrado, num ponto hoje cortado pela MS-306. Depois do 21 de abril de 1972 o Pouso Frio entraria para a história de Chapadão do Sul como marco zero para o desenvolvimento de uma área gigantesca, inóspita e praticamente desabitada que se tornaria a Capital Agrícola de MS. Familiares e amigos do Patrono do CTG Cultivando a Tradição reuniram-se na Praça 21 de Abril para comemorar o jubileu do colonizador alado que tornou-se protagonista da história sul-chapadense e do centro Oeste.
O evento de hoje foi um enredo de uma peça teatral que ratratava a vida real de Júlio Martins, um gaúcho que cultivou a tradição até a morte, 13 de julho de 2020 com 91 anos. A mateada começou às 5 horas enquanto o tradicionalista Zé Garcia preparava um café campeiro (Cambona) e assava linguiça. Artistas do projeto cultural do CTG faziam apresentações e moradores antigos que tiveram muita convivência com Júlio Martins se manifestaram no avento. Muitos receberam apoio do comendador quando chegaram em Chapadão do Sul, vindos do Sul do Brasil.
O 21 de abril de 1972
Naquele 21 de abril, Júlio Martins, como corretor de imóveis, trazia em seu pequeno avião, após conhecer a região de Dourados dias antes, o procurador de José Vicente Silva, o gerente de banco Antônio Roque da Silva Prates.
Aquela foi a primeira oportunidade que Júlio Martins pisou nas terras do Pouso Frio, região de Chapadão onde já se encontrava a família Krug, uma das primeiras famílias gaúchas que igualmente se encantaram pelo relevo, clima favoráveis à agricultura.
A decolagem ocorreu em Santo Augusto, no dia anterior. Fizeram uma escala em Londrina, depois Campo Grande, em seguida em uma fazenda na beira do Rio Sucuriú, chegaram na cidade de Cassilândia, para então seguirem o voo margeando o Rio Aporé, até que no início da tarde chegaram no Pouso Frio.
A partir daquele dia histórico, Júlio Martins nunca mais parou de realizar as suas viagens para conduzir seus conterrâneos agricultores, empresários e até estrangeiros europeus para adquirirem terras na região e instalar empresas.
O surgimento da cidade
Em agosto de 1979, sete anos após a sua chegada, Júlio Martins já se tornara conhecido corretor de imóveis e isso o levou a adquirir 362 hectares da família Schultz, com algumas ruas abertas e o transformou no Loteamento Julimar, surgindo assim a cidade de Chapadão do Sul.
Com a responsabilidade de fazer desenvolver uma cidade, Júlio Martins nunca mais parou de incentivar e atrair novos moradores, comerciantes, prestadores de serviços e trabalhadores em geral para a continuidade do desenvolvimento.
Atualmente Chapadão do Sul é uma das cidades mais promissoras de Mato Grosso do Sul e um dos maiores centros tecnológicos para a agricultura moderna do Brasil, uma referência que contribui para o desenvolvimento do Centro-Oeste e do Brasil.
Mesmo após uma cidade estabelecida e município emancipado, Júlio Martins investiu no registro da história. Criou o Museu do Fundador, a Praça 21 de Abril, ambos no centro da cidade, além de monumentos que contam a história de sua vida, que se confunde com a da cidade e região.
Júlio Martins ainda contribuiu imensamente com entidades de lazer e culturais, como foi com o CTG Cultivando a Tradição, do qual era patrono e grande incentivador, ajudando a entidade a manter a tradição gaúcha e Sul-Mato-Grossense. (Redação e jovemsulnews.com.br)











































