Chapadão do Sul/MS

“DA ROÇA AO TRIBUNAL – Dr. Fábio Esteves foi homenageado com Moção de Aplausos na Câmara após promoção em Brasília

     O Juiz de Direito Fàbio Francisco Esteves ingressou como Coordenador Institucional Substituto na Comissão de Promoção de Igualdade Racial da Justiça Eleitoral do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nascido em Chapadão do Sul, ele é um orgulho para o município e carrega consigo a marca  da superação e humildade. Já foi pauta de inúmeros jornais brasileiros e – claro – em sua cidade natal. Uma das matérias que retrataram com mais fidelidade a saga do jovem humilde que conquistou seu “lugar ao sol” foi produzida pelo G1 intitulada “Da roça ao tribunal: conheça o juiz do DF que chegou a morar em escola para não perder aula”.

A promoção rendeu a Moção de Aplausos  nº 43/2022 protocolada no Poder Legislativo de Chapadão do Sul pelos vereadores Alline Tontini e Alirio Bacca. O texto  da comenda destaca a promoção do magistrado na Comissão de Promoção de Igualdade Racial no âmbito da Justiça Eleitoral do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Todos os acontecimentos acerca do Juiz Federal Fábio Francisco Esteves tem repercussão em Chapadão do Sul.

Cedido ao Supremo Tribunal Federal há dois anos, Fábio Esteves narra que estar no gabinete do ministro Fachin é uma oportunidade de aprendizado, mas também possibilita que suas iniciativas na área social tenham maior visibilidade e sejam mais transformadoras. Sua função é a de municiar o ministro com pesquisas, pontos de vista distintos e reflexões sobre determinados temas para que ele profira seus votos.

Esteves também foi ganhador do prêmio “Desafio Lideranças Públicas Negras” por ser um dos idealizadores do Encontro e o Fórum Nacional de Juízes e Juízas Negros. Desde 2017, a iniciativa reúne integrantes da magistratura com o objetivo de discutir os impactos do racismo no Poder Judiciário e disseminar políticas para aumentar o número de magistrados negros, atualmente 12% do total, em um país no qual 56% da população é negra.

FAMÍLIA HUMILDE – O filho de pai analfabeto e mãe dona de casa, Fábio Esteves foi o primeiro da família a entrar na universidade. Formado em direito, ele assumiu magistratura em 2007.  Em todas as entrevistas que concedeu lembrou com orgulho o passado de dificuldades. Assumiu a magistratura em 2007 e faz questão de destacar a conquista do cargo que exigiu esforço, dedicação, suor e uma dose de oportunidade.

PAI ANALFABETO PEDIU ESCOLA – Aos 42 anos Fábio Esteves tem na memória  experiências que viveu quando menino em Chapadão do Sul. Negro, de origem humilde, enfrentou condições adversas para estudar. Foi o pai – analfabeto – quem pediu à prefeitura para instalar uma escola na zona rural para que os três filhos tivessem acesso à educação.  A solicitação foi atendida, mas o colégio era longe da casa da família, cerca de 23 quilômetros. Para não perder as aulas – aos 10 anos – ele passou a morar de favor no colégio. Dormia na sala de aula e era cuidado por duas professoras.

EDUCAÇÃO É O CAMINHO – Desde então, o hoje juiz seguiu firme nos estudos e se tornou o primeiro da família a acessar o ensino superior. Esteves se formou em 2003 na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS). “A educação significa a constituição da minha vida. Foi mais que uma transformação, foi a possibilidade de uma vida digna. Tudo que sou foi por meio dos estudos.”

Sonho de ser juiz

Os outros dois filhos da família terminaram o ensino médio. Na mesma época, no entanto, Esteves lembra que teve a certeza de que queria seguir adiante. Desde menino, ele diz que sonhava em ser juiz. A vontade de seguir a profissão veio de um manual de profissões. “Já entrei [no curso de direito] me preparando para a magistratura. Era o que que queria, não tentei a advocacia”, revela.

A inspiração, diz ele, também veio do desejo de fazer a diferença na sociedade. Esteves assumiu, em 2007, o cargo de juiz substituto no DF. Depois, ele foi promovido para juiz titular da vara criminal do Núcleo Bandeirante – onde atuou vários anos. Em 2016, foi eleito presidente da Associação dos Magistrados do DF (Amagis).

A primeira audiência

Assim como acontece com quem enfrenta e supera obstáculos para construir a própria carreira, Fábio Esteves lembra com detalhes os momentos da vida profissional. A primeira audiência dele, em 5 de fevereiro de 2007, “foi tensa e intensa”, recorda.

“Percebi que, ali, precisava conduzir um ato judicial e pensei: ‘bom, tenho certeza que ainda me falta muita experiência […] então, que impere a humildade’. Foi aí que as coisas começaram a fluir.”  Desde então, o juiz já esteve à frente de inúmeros casos, inclusive julgamentos que repercutiram em Brasília, como a condenação do ex-dono da Gol Nenê Constantino”. (Redação e G1)

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