Chapadão do Sul/MS

CHRISTÓVAM KRUG recebeu o título de “Cidadão Sul-Mato-Grossense na AL. Pioneiro colheu primeira safra de arroz mecanizada em Chapadão do Sul na década de 70

       O produtor rural e pecuarista Christóvam Krug recebeu  o Título de “Cidadão Sul-Mato-Grossense” auferido pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. A solenidade foi realizada  na noite desta quarta-feira em Campo Grande. A comenda foi protocolada na mesa Diretora da AL pelo Deputado Estadual Paulo Correia.  Christóvam é um dos principais pioneiros de Chapadão do Sul e pai do prefeito João Carlos Krug. Foi protagonista na agricultura do povoado que seria elevado à condição de “Capital Agrícola de MS” com a primeira colheita mecanizada de arroz na década de 70.

O  evento foi acompanhado pelo vereador Alírio Bacca e familiares dos homenageados. Christóvam Krug recebeu a merecida Comenda de “Cidadão Sul-Mato-Grossense” em  Sessão Solene. A família Krug comemorou em agosto de 2019 os 50 anos da chegada em Chapadão do Sul. Neste evento o casal Christóvam e Gessy Krug promoveram uma noite memorável em praça pública com a realização de show com artistas prata da casa e a Dupla Jads & Jadson em Chapadão do Sul. Foi uma das primeiras famílias a se estabelecerem na região. Esta epopeia foi contada em vídeo onde narraram as dificuldades encontradas no início. Moraram sob uma lona estendida sobre árvores. Com persistência e coragem superaram as dificuldades e venceram.

Christovam e seu irmão João Krug saíram de Erebango (RS) para conhecer a região, na época denominada Pouso Frio, acompanhados por Pio Sponchiado. Em 1969 compraram a fazenda Gávea e Pouso Frio de propriedade do Uruguaio, Luiz Arbiza, e retornaram ao Rio Grande do Sul para buscar o restante da família. Em agosto de 1969, num caminhão FNM chegaram à fazenda Gávea. Com eles vieram os filhos João Carlos, José Carlos, deixando para trás Eloá Krug  para completar os estudos. Ainda tiveram Júlio Cesar Krug e Eliane Cristina Krug Loeff que nasceu na Fazenda Gávea em 1972, em Chapadão do Sul.

As margens do Rio Aporé ergueram uma barraca de lona e ficaram cerca de 90 dias. A casa de madeira (pau a pique) finalmente ficou pronta, coberta de palha de bacuri e outra parte de tábuas. As primeiras lavouras dos Krug foram de Mandioca e Arroz. Para a surpresa dos mato-grossenses (estado era o MT) a mandioca teve uma grande produção. Já o arroz foi uma colheita pequena. Quem gostou foram os papagaios que comeram quase a metade.

No caminhão FNM que trouxe a família vieram  dois tourinhos, uma novilha, vários cachorros, um trator Ford 8 BR, implementos, uma carroça, móveis e utensílios. Em novembro de 1969 chegou o irmão mais novo, Augusto Krug Neto com  esposa Mercedez,  a filha  Jaqueline e o primo Ivan Jadeu Vargas. Em 1970 os irmãos fizeram um financiamento no banco do Brasil. Os pastos eram nativos do cerrado com baixo valor nutricional. Já não dava mais para vender as terras e voltar para o RS porque  tinham negociado as propriedades no Sul e as terras de pouso Frio valiam muito pouco. As economias iam acabando e teve até um amigo de Cassilândia que ofereceu o custeio da passagem de volta, caso quisessem.

Christóvam Krug teve sucesso no plantio de arroz porque já dominava  o tratamento de sementes e adubo químico, técnicas que os vizinhos desconheciam. Durante o preparo  do solo para a próxima safra o filho de Christóvam e Gessy (João Carlos Krug) caiu do trator e o veículo passou sobre a perna direita, quebrando em três partes. Mãe e filho ficaram cerca de 45 dias no Hospital São Lucas em Cassilândia durante a recuperação.

Naquela época os produtos agrícolas (gado em geral) eram bem mais caros que nos dias atuais. Criavam porcos e muitas galinhas cujos pintinhos também se alimentavam nos cupinzeiros, abundantes na época. A caça era farta de veados, capivaras e porcos do mato que garantiam a alimentação. As grandes distâncias causaram novo o afastamento dois pais que mandaram João Carlos e José Cláudio de volta ao Rio Grande do  Sul para estudarem. Eloá continuava no Sul frequentando a escola. Esta história que mistura aventura e coragem ainda tem vários capítulos que podem ser encontrados no livro “Os Pioneiros”, escrito pela professora Ana Maria Laurindo Lorenzon, na página 6.

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