O vereador Alírio Bacca suscitou uma discussão interessante na Tribuna da Câmara de Vereadores na sessão de ontem sobre a justiça social e econômica no valor do salário de um professor em relação ao do politico, no caso do deputado federal Rodrigo Maia, ex presidente da Câmara Federal em sexto mandato. Bacca encontrou uma professora de Chapadão do Sul que vai se aposentar com cerca de R$ 4 mi. Ela deu aulas para Maia quando morava no Rio de Janeiro. Com o salário de cerca de R$ 33 mil e os penduricalhos na forma de ajuda de custo o senador ganha uma “fortuna” mensal, comparou o parlamentar.
Claro que a discussão carece de análise ampla, mas serve para estabelecer o “abismo” financeiro na comparação dos políticos em Brasília com os salários da maioria dos trabalhadores como os professores que ficaram anos em busca do aperfeiçoamento pessoal para ensinar pessoas. A escolha de uma profissão é pessoal, mas a narrativa do vereador nos remete para a uma análise mais ampla sobre o valor e as vantagens (mordomias) dos “representantes do povo” no plano federal.
Muitos parlamentares ficam anos no cargo sem apresentarem um mísero projeto de lei, mas seguem ganhando polpudos salários, auxílios que os tornam “marajás”. Já a maioria dos professores que ensinaram Português, História, Geografia e outros temas relevantes não conseguem sequer pagar o aluguel e fazer frente às demais despesas rotineiras. No Japão somente cerca de 40% de todos que se formam para lecionar conseguirão entrar nas escolas públicas. Como o salário não é ruim, um professor não precisa trabalhar em mais de um local para conseguir se sustentar, como acontece no Brasil.
VEJA os “penduricalhos” de políticos da Câmara Federal e Senado
