Cinco pessoas foram presas suspeitas de fraudar o vestibular e vender vagas do curso de medicina da Faculdade Morgana Potrich (Famp), em Mineiros, no sudoeste goiano. Entre os detidos está o ex-diretor da instituição. A Polícia Civil afirma que as vagas eram vendidas por até R$ 150 mil. A estimativa é que o grupo lucrou R$ 9 milhões.
“Um dos integrantes é ex-diretor e ele se aproveitava dessa condição para fazer a venda de vagas. As pessoas compravam a vaga e ele matriculava direto sem fazer o vestibular. Eles cobravam valores diversos, de até R$ 150 mil pela vaga. Estimamos que lucraram R$ 9 milhões”, disse ao G1 um dos delegados responsáveis pelo caso, Marcos Rogério Guerini.
De acordo com a Polícia Civil três homens foram presos em Goiânia e dois em Mineiros. Como a investigação está concentrada na cidade do interior, os detidos na capital devem ser levados para o município, que fica a 430 quilômetros de Goiânia.
Também foram apreendidos documentos na secretaria da Famp. “Foi realizada busca e apreensão na secretaria da faculdade e nós apreendemos relações de alunos que demonstram que no vestibular de dezembro de 2015 praticamente todos ingressaram mediante pagamento”, afirmou o delegado.
A investigação começou em outubro de 2015, após uma denúncia. “Surgiram boatos a respeito da possibilidade de venda na faculdade de medicina. A Polícia Civil, então, iniciou uma investigação e conseguiu localizar uma das pessoas que em tese teria comprado. Ele disse que negociou, identificou as pessoas que venderam a vaga para ele, mas que não foi matriculado”, explicou Guerini.
De acordo com a corporação, três vestibulares foram fraudados. Com isso, cerca de 200 alunos se beneficiaram do esquema. Para o delegado, os processos seletivos não passavam de uma simulação. “O vestibular acabava sendo uma simulação e quem tinha capacidade não entrava porque as vagas eram vendidas”, relata.
Os detidos devem ser indiciados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e estelionato. A corporação agora investiga quais alunos foram beneficiados pelo esquema. Os estudantes também podem responder por estelionato. (Fonte G1)