Chapadão do Sul/MS

“UM DIA DE FÚRIA” – Intolerância sai das telas e ganhas às ruas em Chapadão do Sul. Levar crianças à escola pode ser perigoso

          O Sistema sigo da Polícia  Civil de Chapadão do Sul registrou uma ocorrência que retrata a animosidade e a intolerância das pessoas nas ruas da cidade. O momento mundial é bélico, pós pandemia e “guerra ideológica” em redes sociais. Uma dona de casa foi levar netos e filhos na escola e o motorista estacionado atrás estava com pressa. Ameaçou “passar por cima” caso ela não saísse rapidamente do local. Arrancou e acabou batendo no retrovisor do veículo em tom ameaçador.

Parece que a civilidade deu lugar à intolerância.  Quem já não viu o filme “Um dia de Fúria” onde um policial que aposentadoria no dia seguinte vai atrás da mulher e da filha, no caminho elimina quem atravessava seu caminho sem entender que o casamento já tinha acabado. Na época a película foi uma espécie de aviso sobre a deterioração da relações humanas diante das rotinas da existência em sociedade.

No caso registrado na Polícia Civil de Chapadão do Sul as crianças estavam descendo do carro quando o impaciente motorista logo atrás não queria esperar. O assunto está registrado em Boletim de Ocorrência e a polícia vai investigar o caso. O comportamento retrata uma série de fatores causados pela sociedade atual, algo parecido com o filme “Um dia de Fúria”. Uma violência sem explicação lógica mas – ao mesmo tempo –  óbvia.

O filme Um Dia de Fúria é um sucesso tão grande que até mesmo a banda estadunidense Foo Fighters não resistiu ao apelo e também criou, aos moldes da película, um clipe musical que traz os sentimentos à flor da pele e a explosão de fúria de William Foster.

 Um Dia de Fúria, de 1993, sob a direção de Joel Schumacher, tendo a brilhante performance de Michael Douglas, pode não ter sido à sua época considerado um aviso no que se transformaria a marcha do progresso e das relações humanas, porém, sem sombra de dúvidas, é o real e intensificado relato das vidas que se perdem em prol dos dinâmicos afazeres de nossa existência em sociedade.

O personagem principal não é o que se pode chamar de alienado ou alucinado. É mais uma síntese dos sentimentos que todos temos uma hora ou outra, mas não nos consideramos insanos. A paranoia urbana vive dentro da sociedade que traz em seu cerne o medo do hoje e o receio do futuro.

A explosão de Foster não se dá contra o caótico trânsito, pela perda de seu emprego ou até mesmo por seus problemas familiares e particulares. Ela ocorre e é inflamada pela vida: o cotidiano presente e a prisão que enjaula o ser humano em uma mesma vala de sentimentos e inquietações, o mesmo despertar do desprazer num domingo à noite quando aproxima-se o início da semana seguinte; a mesma dúvida da aceitação e o sentimento de pertencimento que precisa ser preenchido todos os dias, a velocidade de tudo o que rodeia a pessoa: a caminhada de um mundo que não dá um tempo. (redação e adorocinema.com.br)

Facebook
Twitter
WhatsApp

Leia Também