Não há como negar que a eleição que definiu o governador e o presidente do Brasil foi o fato político que mais envolveu o imaginário dos eleitores que apostavam em seus candidatos e partiram para o tudo ou nada em redes sociais em 2022. As faknews dominaram os cenários com postagens 24 horas de seguidores de Bolsonaro, Lula, Riedel e Contar. Puccinelli liderava, mas tinha sido preso recentemente por corrupção, usou tornozeleira e foi o principal alvo dos ataques no plano estadual. Era seguido por Marquinhos Trad nas pesquisas cuja campanha se desidratou após denúncias de assédios sexuais. Riedel não decolava e contar era tido como Azarão com Rose Modesto oscilando numa posição sempre intermediária.
CHAPADÃO DO SUL – Já em Chapadão do Sul o cenário tornou-se diferente porque pela primeira vez na história a cidade teve um candidato direto à Governadoria com Alberto Schlatter sendo o Vice de Rose Modesto. A coligação demonstrou força no município alavancado pelo Grupo Schlatter, mas naufragou nas demais cidades com os desdobramentos que se seguiriam. Após o presidente Jair Bolsonaro declarar apoio a Contar em rede nacional ele decolou num Sprint espetacular em relação aos demais e chegou em primeiro lugar estourado no primeiro turno. Riedel também surpreendeu e se cacifou na disputa, mas vinha sendo acusado de não colar seu nome em Bolsonaro, cenário que mudou no segundo turno.
O Capitão Contar (PRTB) teve 5.039 votos (36,13%) contra os 4.626 de Rose Modesto (União) (33,17%) e Riedel com apenas 2.357 (16,90%) em Chapadão do Sul no primeiro turno. O efeito da candidatura local de Alberto Schlatter que pedia votos para Rose e Bolsonaro favoreceu Contar no segundo turno. Apesar disso Eduardo Riedel melhorou a performance. Foram 8.902 votos (61,81%) para Contar e 5.501 para Riedel (38,19%), dobrando a densidade eleitoral.
Todos os nomes que lideravam as pesquisas ficaram de fora do pleito no segundo turno. Eram os protagonistas o ex-governador, André Puccinelli (MDB) e o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD).
Reviravolta – O que ninguém imaginava era que Contar, o nome que estava sempre em 4° ou 5° lugar nas pesquisas de intenção de votos teria uma evolução tão brusca que mudaria um rascunho aparentemente consolidado. Três dias depois, no domingo em que ocorreu o segundo turno, veio a tréplica dos eleitores do Estado: Contar obteve 26,91% dos votos indo para o segundo turno com Riedel, que atingiu 24,73% da preferência do eleitorado.
Segundo turno – Na segunda fase do pleito, não houve plot twist como no primeiro turno. Puccinelli, Rose e Marquinhos ficaram ao lado de Contar. Informalmente o PT preferiu Riedel. Estes apoios foram decisivos para a derrota de Contra ou os debates? A senadora eleita Tereza Cristina (PP) se dividiu entre a campanha de Bolsonaro e do tucano até o último minuto. No dia 30 de outubro, Riedel foi eleito governador do Estado com 56,90% contra 43,10% de Contar. Redação e campograndenews)