IBGE disse que já identificou e orientou recenseador sobre conduta
adequada durante aplicação do questionário
No último domingo (16), morador indígena de Campo Grande teve a raça desconsiderada por um recenseador do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), durante aplicação do questionário do Censo 2022, por não falar nenhuma língua originária, mas apenas o português.
Conforme o relato enviado ao Campo Grande News, o homem informou que tanto ele, quanto a família, eram indígenas, mas quando disse que não falava a língua terena, o profissional afirmou que anotaria no formulário que a família era parda.
“Todos sabem que eu, meus filhos e um grande número de indígenas no Brasil não falamos nossas línguas ancestrais, por vários motivos. Um deles é a maciça atividade realizada pelos colonizadores e autoridades, ao longo dos anos, para que deixássemos nossas línguas originais e passaremos a ser ‘integrados” à civilização'”, defendeu o indígena.
Em relação ao caso do último domingo, o IBGE afirmou que houve um erro de interpretação por parte do recenseador, mas que ele já foi identificado e orientado novamente sobre a abordagem correta.
De acordo com o protocolo do IBGE, antes de perguntar sobre qual a língua falada entre os integrantes da família, o Censo prevê a auto declaração de raça dos moradores. Ou seja, primeiro a pessoa precisa responder se auto declara indígena, e caso a resposta seja afirmativa, será questionado qual língua originária é falada. Se nenhuma for informada, como foi o caso do leitor, o recenseador deve deixar a pergunta em branco e prosseguir com o restante das perguntas.
O IBGE também orienta que a pessoa continua ser indígena mesmo que não declare a que etnia pertence ou que língua indígena fala (caso fale alguma). Em nenhum momento os recenseadores devem questionar o informante a respeito da auto declaração, nem deve alterar ou induzir a resposta.
O instituto orienta ainda que em ocasiões como esta, a população deve procurar os canais oficiais do IBGE para tirar dúvidas ou apontar condutas errôneas, através dos telefones 0800 721 8181 e (67) 3320-8218.