Chapadão do Sul/MS

Não há vítimas entre parentes de moradores de MS em terremoto na Síria. Brasileira correu com os filhos no colo e perdeu casa  

      Não há mortos ou feridos entre os parentes de sul-mato-grossenses que estão na Síria, país afetado por um forte terremoto que aconteceu próximo à fronteira com a Turquia, na madrugada de segunda-feira (6). A informação foi dada pelo cônsul-geral do Consulado da República Árabe da Síria, em Campo Grande, Kabril Yussef.  

Mais de 30 pessoas do Estado procuraram o consulado para buscar informações sobre parentes, mas nenhum dos que estão na Síria se encontravam nas áreas atingidas pelos tremores de terra.  

A contagem oficial da Turquia e Síria, neste terceiro dia de busca, aponta que mais de 11 mil pessoas dos dois países perderam a vida devido aos estragos causados pelo maior terremoto da região nos últimos 80 anos.  O abalo de terra foi de magnitude 7,8 e, até esta quarta-feira (8), foram registradas mais de 90 réplicas depois do primeiro tremor.  

O cônsul explica ainda que a Síria enfrenta dificuldades de comunicação e de falta de comida, energia elétrica e combustível. O fato de estar envolvida em uma guerra civil também agrava os problemas decorrentes dos terremotos.   

BRASILEIRA PERDEU CASA

      A brasileira Fernanda Lima Giçi mudou-se para a Turquia há cerca de um ano e meio. Ela vive na cidade de Adıyaman, no sudeste do país. A localidade foi muito abalada pelo terremoto que atingiu a região na madrugada de domingo, 5, no horário local. Grávida de três meses e com um filho de um ano e meio, Fernanda viu sua casa desmoronar e perdeu todos os pertences. Sem condições de permanecer no país, a família tenta voltar para o Brasil. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, ela contou como tem vivido desde que o abalo sísmico que a tirou do seu lar. “Antes mesmo de acontecer o terremoto, por volta das 20h, eu senti tremor bem sutil. Quando foi 3h, eu acordei muito tonta. Comecei escutar a casa dar pequenos estalos. Aqui nessa região, a maioria dos tetos das casas é feito de terra. Eu fiquei com medo e decidi não dormir. Um pouco depois das 4h, houve um estalo muito grande. Eu só tive tempo de pegar meu filho do berço e gritar para o meu marido correr.

Ele pegou a criança e correu na frente. Eu fiquei para trás e caí no meio de tudo. Não tinha por onde se segurar. O chão parecia algodão ou chiclete, não sei explicar direito. Parecia que o mundo estava acabando. A gente correndo na neve e na chuva. Meu filho enrolado no cobertor sem saber o que estava acontecendo. E a gente perdeu nossa moradia. Não existe mais casa. Não temos para onde ir. Estamos em um lugar provisório. Você fica na casa dos outros um ou dois dias, tudo bem. Mas depois você começa a não ser mais tão bem-vindo. A cidade está devastada.

Muita gente perdeu a casa, muita gente perdeu a vida. É muito triste ver tudo o que aconteceu. Pareceu que passou uma coisa muito ruim para acabar logo com tudo. Agora estamos nos questionando o que vamos fazer. A sensação é de impotência e uma tristeza muito grande. Ainda passamos por um segundo terremoto aqui. Esse lugar não para de tremer. E dizem que vai ter mais um, de magnitude maior. Queremos voltar para casa e deixar o país”, compartilha. (midiamax.com.br e https://primeirojornal.com.br/)

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