Ao atender chamada de cliente para fazer uma corrida um conhecido motorista de aplicativo de Chapadão do Sul acabou sequestrado e quase foi envolvido num crime de homicídio. Eram 21hs50 da última sexta-feira (20) quando o telefone tocou solicitando transporte na Rua M, no Bairro Esperança. Três homens entraram no carro tranquilamente e logo a seguir um deles sacou um revólver e o outro faca. Eram dois traficantes que queriam acertar uma dívida de drogas com o terceiro ocupante. Neste momento o motorista de aplicativo e o devedor tornaram-se reféns da dupla armada.
O homem com o revólver mandava o motorista rodar aleatoriamente enquanto enquadravam o devedor da biqueira numa negociação cada vez mais tensa. O condutor não tinha o que fazer a não ser obedecer e torcer para que não acontecesse o pior. Ela poderia ser “queimado” para não testemunhar. Entrou numa fria achando que faria mais uma corrida para cidadãos de bem. Rodou por uma interminável hora com passageiros armados de faca e revolver ameaçando aquele com dívidas na boca de fumo.
No momento que o homem que empunhava o revólver anunciou a execução o devedor conseguiu abrir a porta e saltar do carro em movimento. A dupla também saiu e o motorista de aplicativo – muito nervoso – parou para acionar a Polícia Militar. Ofegante e muito tenso explicou a situação para uma guarnição da PM que assumiu o comando da ocorrência. O profissional de aplicativo passou uma noite difícil trabalhando honestamente para prover a família.
Segundo ele a profissão de motorista de aplicativo de risco, mas não imaginava ser sequestrado e quase presenciar um homicídio dentro de seu carro, o ganha pão da família. O assunto repercutiu na cidade e região. Na matéria postada – embora não tivesse nomes – o motorista de aplicativo entrou em contato com a redação para esclarecer que não tinha nenhum envolvimento com o caso.
Motorista de aplicativo é uma profissão de extrema tensão porque o condutor nunca sabe quem está entrando em seu carro. Nos grandes centros o medo de assaltos é constante e muitos não voltam para casa. Alguns precisam bater metas para pagar as contas. Os ganhos destes trabalhadores não são vultosos, pagam os boletos como qualquer chefe de família e sobra pouco. A tensão de estar de costas para estranhos é sempre uma temeridade. Não possuem horário fixo de trabalho e são chamados 24 horas para corridas que não sabem como vai terminar