Chapadão do Sul/MS

MORCEGOS da área urbana de Chapadão do Sul são importantes à natureza e não devem ser mortos. Hematófagos vivem na zona rural

       É muito comum a presença de morcegos em forros ou a entrada eventual em alguma residência em Chapadão do Sul. Este animal  – geralmente – é inofensivo ao ser humano e muito valioso á natureza. NÃO MATE. Jogue um pano ou recipiente sobre o animal e descarte – por exemplo – no final da Mato Grosso do Sul que ele vai continuar comando insetos e achar frutas para complementar sua dieta. A foto foi enviada por uma funcionária de escola da zona rural do município que consultou sobre a função do morcego no meio ambiente antes de decidir o que fazer.

Morcegos comem principalmente insetos e são importantes para o equilíbrio ecológico. Algumas espécies também são importantes polinizadores e dispersores de sementes. Há algumas portadoras  de doenças como a raiva, mas vivem afastados da cidade e habitam furnas de modo geral.  Os da área urbana  são animais fascinantes e valiosos para a natureza. Devem ser protegidos e respeitados.

MORCEGOS HEMATÓFAGOS

As cidades periféricas a Chapadão do Sul estão em alerta constante contra ataques de morcegos hematófagos que transmitem raiva e matam bovinos, suínos e outros animais. Também são fatais para seres humanos porque a doença não tem cura. A única forma de evitar as mortes e prejuízos é a vacinação. Em 2020 cerca de 29 propriedades foram contaminadas entre Costa Rica, Chapadão do Sul, Paraíso das Águas, Cassilândia e Paranaíba.

Já em 2021 Cassilândia registrou seis novos focos e Paranaíba 14, incluindo a perda de várias cabeças de gado. Sobre o assunto a Médica Veterinária Monique Candido da Silva (Fiscal Estadual Agropecuária) da IAGRO (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) destacou a importância da vacinação nas áreas afetadas e o prejuízo na cadeia econômica causada pelo morcego hematófago.

Segundo Monique Candido da Silva o pecuarista é o maior aliado da Iagro porque conhece bem o território e sabe localizar com precisão as furnas e outros esconderijos usados pelos morcegos. Após o mapeamento da área técnicos do órgão efetuam a captura e remoção dos animais.

Chapadensenews.com.br –

Quantos casos de raiva ocorreram na região de Chapadão do

Sul?

Dra. Monique Candido da Silva

Os focos de raiva surgiram em 2019, quando foram constatados 8

casos em Costa Rica e 1 em Chapadão do Sul. A partir de então, o vírus

se disseminou para os outros municípios da região, seguindo os cursos

dos rios Sucuriú, Paraíso e Santana, chegando a contaminar 29

propriedades no ano de 2020, entre Costa Rica, Chapadão do Sul,

Paraíso das Águas, Cassilândia e Paranaíba. Além do mais, em 2021

Cassilândia registrou seis novos focos de raiva e Paranaíba 14.

CN – Quais as recomendações aos pecuaristas em caso de

ocorrência?

MCS – É recomendável que todos os pecuaristas façam a vacinação contra

raiva. Mas ela só obrigatória na propriedade e na vizinhança onde

ocorreu foco da doença. Vale lembrar que deve ser feita a dose de

reforço após 30 dias, nos animais que tomaram a primeira dose.

CN – Quais animais são atacados pelo morcego e qual o perigo de

serem consumidos?

MCS – O principal transmissor do vírus da raiva é o morcego hematófago

(aquele que se alimenta de sangue), que tem os herbívoros domésticos

como sua principal fonte de alimento. Por esse motivo, 80% dos casos

de raiva no Brasil acontecem nos bovinos e sua ocorrência está

relacionada com número de morcegos em uma região – quanto mais,

maior a chance de ocorrer a doença. Por esse motivo, havendo

suspeitas, os pecuaristas devem sempre comunicar a IAGRO e tentar

encontrar abrigos dos morcegos hematófagos, para que sejam

iniciadas a ações de controle.

Contudo, qualquer espécie pode ser atacada por um animal positivo e

todos os mamíferos de sangue quente podem contrair a raiva, inclusive

o homem. Além do mais, no contato com um caso positivo é possível

contrair a raiva. Por isso, eles não podem ser consumidos (mesmo

porque vêm a óbito em poucos dias), o que gera enormes prejuízos

econômicos à cadeia pecuária e representa um grave problema de

saúde pública.

N – Onde os morcegos podem ser encontrados?

MCS – Os morcegos podem ser encontrados em abrigos naturais – como

cavernas, grutas e troncos de árvores – e em abrigos artificiais – como

pontes, bueiros e casas abandonadas. Basta que o ambiente seja

úmido, escuro e fresco para que um morcego possa instalar sua

colônia. Por isso, quando a IAGRO tem o conhecimento da localização

dos abrigos, cadastra, monitora e captura os morcegos hematófagos

periodicamente, a fim de reduzir sua população.

CN – A raiva tem cura quando o ser humano é infectado?

MCS – A partir do momento em que a raiva se instala o organismo, não há

cura. Quase todas as pessoas que a contrariam vieram a óbito e os

poucos sobreviventes ficaram em estado vegetativo. Por isso, caso

haja contato com animal suspeito de raiva ou sofra ataque por cães,

gatos, morcegos, animais silvestres ou qualquer outra espécie de

mamífero, deve-se procurar, imediatamente, a secretaria de saúde do

município para tomar vacina ou soro antirrábico, a fim de evitar que a

doença de instale.

Monique Candido da Silva

Médica Veterinária

Fiscal Estadual Agropecuária

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