Com apenas 5 anos, Maria Luiza Gomes da Silva já tem surpreendente histórico de vida. Há três meses, levou 26 pontos na cabeça, em colisão provocada por motorista bêbado. No sábado (28), com diferença de pouco mais de 1h30, foi vítima de outros dois acidentes, um deles, cinematográfico, em que foi empurrada para porta de vidro que se estilhaçou.
“Ela é meu milagre”, agradece a auxiliar administrativo Jéssica Lima da Costa, 29 anos. Naquele dia, por volta das 14h, Jéssica, acompanhada da filha, ia para a casa da cunhada, em Bonito. No caminho, transitando pela preferencial, a caminhonete foi atingida por carro que não obedeceu ao sinal de ‘Pare’. “Eu desci do carro, fiquei muito assustada”, disse. Ela notou que o condutor estava bêbado. “Um amigo falou ‘larga mão, ele tá muito embriagado’”. A mulher entrou na caminhonete e foi se encontrar com o marido.
Apesar do susto, mãe e filha não sofreram nenhum ferimento, mas seguiram abaladas. Ela foi para a empresa de refrigeração do marido, o técnico Eliano Gomes dos Santos, 34 anos. Como Jéssica poderia reconhecer o condutor e o carro, resolveu procurar pela cidade. “Falei para Maria ficar com o pai e saí de motocicleta”. Foi nesse período, por volta das 15h20, que o segundo acidente aconteceu.
O susto foi capturado por imagens do circuito de segurança da autoescola localizada na Rua Santana do Paraíso, ao lado da empresa de refrigeração de Santos. Naquele momento, ele estava sentado em uma plataforma de madeira, usada como base para grande vaso.
Maria Luiza estava ajoelhada nesta plataforma, entre a parte detrás do vaso e a porta de vidro da autoescola. Foi nesse momento que o carro desgovernado veio pela rua, atingiu motociclista e, em seguida, deu uma guinada à esquerda, acertando em cheio a base de madeira e o vaso.
A base da madeira estourou o vidro e Maria Luiza caiu, sendo arremessada para dentro da autoescola, em meio aos estilhaços. O pai, que havia conseguido se levantar, voltou e viu a filha se levantando e correndo para seus braços. Quando Jessica chegou, viu o cenário de destruição e se assustou. “Eu já perguntei ‘cadê a Maria?’”, e viu a filha nos braços do marido, ensanguentada. O casal foi até o hospital municipal e a menina foi rapidamente atendida.
Jessica conta que, no hospital, deu banho na filha, para retirar os estilhaços do cabelo e do corpo. Foi somente aí que viu as imagens do acidente. Pediu ajuda da mãe, que segurou Maria Luiza nos braços, enquanto ela ajoelhava no chão. “Meu Deus do céu, quase tive um troço, me ajoelhei e comecei a agradecer a Deus”, lembrou.(Redação e campograndenews)
