Uma internauta fotografou e gravou vídeo de um filhote de Urutau numa avenida do Parque União, em Chapadão do Sul. Casualmente esta mesma moradora já teve a visita de um adulto que ficou semanas numa árvore em sua casa. Este animal está no topo do ranking da camuflagem no mundo porque é chamado de “bicho pau” pela capacidade de se manter imóvel. Algumas espécies são chamada “mãe-da-lua”, “fantasma” e “olho mágico”. Nos três últimos anos vários registros desta ave foram feitos no perímetro urbano e rural do município.
As penas acinzentadas com tons de marrom se misturam às cores dos troncos das árvores, situação incomum no mundo das aves, que não costumam se camuflar. Não é atoa que o urutau é conhecido como ave fantasma. Além da camuflagem, a vocalização com sons melancólicos, o hábito de ficar parada por horas na mesma posição e as características da visão da ave chamam a atenção dos observadores.
Conhecido como “olho mágico”, os olhos do urutau são grandes e redondos, com a íris amarela. A cor chamativa não colabora para a camuflagem perfeita da ave, por isso os indivíduos fecham os olhos quando a ameaça se aproxima. No entanto, a visão não é interferida, pois a pálpebra superior possui duas fendas que permitem ao urutau enxergar, mesmo com os olhos fechados.
A forma como os urutaus se reproduzem também é curiosa, já que a ave equilibra o único ovo na ponta de galhos ocos e o incuba por aproximadamente 30 dias. Depois de nascer, o filhote é mantido pelo casal de adultos, que trocam de guarda para caçar e alimentar a cria, sem deixa-la sozinha por muito tempo. Além da mãe-da-lua, espécie de urutau mais conhecida e observada, a família Nyctibiidae conta com mais quatro espécies, que se distinguem principalmente pelo tamanho e pelas cores.
Mãe-da-lua
Com até 38 centímetros e cerca de 200 gramas a mãe-da-lua (Nyctibius griséus) possui plumagens de cores cinza e marrom. Já o filhotes, logo após a eclosão do ovo, apresentam pelagem branca com tons rosados nas partes superiores.
A dieta da espécie conta com grandes mariposas, cupins e besouros, capturados em voo durante a noite. O filhote, cujo ovo é incubado por 33 dias, permanece no ninho por cerca de sete semanas e é alimentado pelo casal. A mãe-da-lua é comum em bordas de florestas, cerrados e campos com árvores, mas também pode ser vista em locais abertos, inclusive dentro das cidades. A ave ocorre em todo o Brasil e tem o hábito de cantar a noite.