Chapadão do Sul/MS

 EXTERMINADOR do Futuro deixa de ser ficção. Cientistas descobrem metal que se auto regenera e origina nova era na engenharia.

          Geralmente as redes sociais são usadas para discussões infrutíferas com o “mesmo do mesmo”. Quando  assuntos científicos são postados realmente chamam a atenção. Há duas semanas um computador rodou com energia quântica na China. Mas o assunto que realmente impressiona  no momento é a descoberta do metal que se auto regenera. Imaginem um avião em pleno voo com problemas repentinos na estrutura. Bastaria acionar o dispositivo de auto regeneração  para que  uma tragédia fosse evitada. Estamos a caminho deste novo momento na humanidade.     

Em uma das cenas mais conhecidas do filme O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final (1991), o ciborgue T-1000 se derrete para atravessar grades e em seguida se solidifica, voltando à forma normal. Um minúsculo robô com esta mesma capacidade acaba de ser criado por cientistas chineses e americanos. Batizado de Matéria de Transição de Fase Magnetoativa (MPTM), o pequeno robô alterna entre os estados sólido e líquido, assim como o personagem interpretado pelo ator Robert Patrick. Graças à habilidade, ele pode ser usado em várias tarefas diferentes.    

Os metais são conhecidos por uma série de propriedades, como condutividade, resistência e alto ponto de fusão e ebulição que fazem com que eles tenham diversas utilidades. Agora, pesquisadores observaram um metal se curando, um processo que se compreendido e controlado poderá dar início a uma nova era na engenharia.

A descoberta foi feita durante testes de resistência em pesquisas realizadas pela Sandia National Laboratories e da Texas A&M University. Os experimentos usaram uma técnica especializada de microscópio eletrônico de transmissão, onde as extremidades de um pedaço de platina de 40 nanômetros de espessura suspenso no vácuo foram puxadas 200 vezes por segundo. 

Essa tensão e movimentos repetidos acabaram gerando rachaduras microscópicas que são conhecidas como danos de fadiga. Elas eventualmente podem causar a quebra de equipamentos e estruturas. O estranho do experimento, é que após 40 minutos da realização dos testes, a platina se autocurou, começando a se fundir e consertar em escalas ultra pequenas.

Foi absolutamente impressionante assistir em primeira mão. Nós certamente não estávamos procurando por isso.  Ainda não se sabe as condições exatas em que o metal se autocurou e como elas poderiam ser reproduzidas e utilizadas. Mas é certo que metais com essas habilidades poderiam fazer a diferença e facilitar o conserto de diversas estruturas, desde pontes até celulares.

Apesar de ser a primeira vez em que esse processo foi observado, em 2013, um cientista de materiais, que também esteve envolvido no estudo recente, trabalhou em uma pesquisa que previu a autocura de nanofissuras, a partir de minúsculos grãos cristalinos dentro dos metais, mudando seus limites de resposta ao estresse.

Outro aspecto promissor da pesquisa, é o fato da autocura ter acontecido em temperatura ambiente. Uma das possíveis explicações é que tenha acontecido um processo conhecido como soldagem a frio, que ocorre quando superfícies metálicas se aproximam o suficiente para seus átomos se emaranharem. No vácuo e em metais puros é ainda mais provável disso acontecer. O que resta saber, se esse processo poderá ser reproduzido em metais convencionais ou ambientes típicos.

Minha esperança é que esta descoberta encoraje os pesquisadores de materiais a considerar que, nas circunstâncias certas, os materiais podem fazer coisas que nunca esperamos.

Michael Demkowicz, cientistas de materiais, envolvido na pesquisa (Fotos olhar digital e Google)

 

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