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A pesquisadora da Embrapa Soja, Mariangela Hungria da Cunha, foi anunciada como a vencedora do World Food Prize 2025, a mais prestigiada honraria da agricultura mundial, frequentemente referida como o “Nobel” da Alimentação e Agricultura. A premiação reconhece sua trajetória dedicada ao estudo e desenvolvimento de insumos biológicos como alternativa aos fertilizantes químicos.
Com uma carreira de mais de 30 anos focada em Londrina, no Paraná, Hungria superou as expectativas iniciais de pouco reconhecimento em sua área. Ela acumula três dezenas de prêmios e agora alcança o ápice com o World Food Prize, criado por Norman Borlaug, vencedor do Nobel da Paz em 1970, para destacar contribuições significativas para a qualidade, quantidade e acesso a alimentos globalmente.
A pesquisadora, que desde a infância nutria o desejo de ser microbiologista, formou-se em Engenharia Agronômica pela USP e obteve mestrado e doutorado em fixação biológica do nitrogênio. Sua entrada na Embrapa em 1982 marcou o início de uma jornada que hoje a coloca na liderança de pesquisas inovadoras na área.
O trabalho de Hungria em fixação biológica do nitrogênio gera uma economia anual de até US$ 25 bilhões ao Brasil em custos com fertilizantes importados, além de promover a sustentabilidade na agricultura ao reduzir o impacto ambiental. Atualmente, o Brasil ostenta a maior taxa de inoculação de soja do mundo, com 85% da produção utilizando insumos biológicos.
Esses “fertilizantes naturais”, compostos por microrganismos benéficos, otimizam o crescimento das plantas de forma mais econômica e ecológica que os químicos. Segundo Hungria, a adoção dessas tecnologias evitou a emissão de 230 milhões de toneladas de CO2 equivalente na última safra de soja.
Membro da Academia Brasileira de Ciências, Mariangela também coordena um grupo de trabalho sobre segurança alimentar e nutricional, buscando soluções interdisciplinares para o combate à fome. Ela enfatiza o papel crucial das mulheres na agricultura e na preservação de práticas sustentáveis.
A cerimônia de entrega do World Food Prize será realizada em outubro, consagrando a contribuição de Mariangela Hungria da Cunha para uma agricultura mais sustentável e para a segurança alimentar global
Mariangela Hungria acumula três dezenas de prêmios | Créditos: Embrapa/ reprodução