Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o chamado Dia Internacional da Mulher é comemorado desde o início do século 20. Não foi uma data criada pelo comércio, mas pela luta de mulheres que trabalhavam em fábricas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. É comum relacionar a instauração da data comemorativa ao incêndio ocorrido em Nova York no dia 25 de março de 1911 na Triangle Shirtwaist Company, quando 146 trabalhadores morreram, sendo 125 mulheres e 21 homens, que trouxe à tona as más condições enfrentadas por mulheres na Revolução Industrial. Nasce, neste contexto, o Dia Internacional da Mulher, no entanto, muito antes, o Senhor Jesus desconstruiu os conceitos machistas da cultura judaica, restaurando o papel da mulher. Na verdade a opressão sobre a mulher, o machismo e a disputa de espaço são máculas do pecado social impregna a história. Uma sociedade justa – utópica – desconhece os extremos de “feminismo” e “machismo”.
Aliás, machismo e feminismo são exatamente a mesma coisa, apenas mudando a defesa de lado, de gêneros. São sistemas que pregam superioridade frente ao outro gênero e excluem a possibilidade de igualdade e respeito… Essa polarização seria desnecessária caso a sociedade compreendesse as responsabilidades diferentes com respeito mútuo e com o conceito bíblico de completude entre homem e mulher. Por exemplo, de acordo com Daniel Goleman, as mulheres têm 25% a mais de células no circuito cerebral que ativa o senso de contexto numa cena.
Quando a esposa diz: “Algo nessa história não me cheira bem…” ou “Isso não vai dar bom…”, é melhor ouvi-la. O Criador a fez com um senso de interpretação de contexto mais aguçado. Ela consegue em poucos segundos linkar palavras ditas com gestos, com olhares, com tom de voz; e formular uma interpretação rápida, quase inconsciente, mas correta ou próxima disso. Por essa lógica, é melhor um casal entender que um completa o outro e ambos fazem menos “besteiras” a partir dos papéis definidos. Aliás, era esse o projeto divino.
Em Gênesis 2:18, quando da criação da mulher, lemos: “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea.” De acordo com a escritora Kathleen Nielson, o termo “ajudante” (em hebraico, ezer) denota força. O termo “idoneidade”, por sua vez, indica a coerência — com frequência, a força somada à estratégia vence as batalhas. De fato, em todo o Antigo Testamento, a palavra hebraica ezer é usada para descrever Deus, na medida em que ele ajuda seu povo. A ajudadora que Deus deu a Adão era uma extensão da ajuda do próprio Deus, pois ele cria a mulher e a leva até Adão. A ajudadora é o ponto mais alto, o ápice da finalização por Deus na história da criação. Este papel lhe foi ofuscado ao longo da história.
Quando do diálogo com a mulher Samaritana, Jesus resgatou a dignidade de uma mulher discriminada. Quando a mulher em Betânia ungiu os pés de Jesus, foi enaltecida pelo Mestre. Quando Maria Madalena recebeu a incumbência de ser a porta-voz da magna notícia do cristianismo – a ressurreição – a missão da mulher foi enobrecida. Homens e mulheres. Somos seres diferentes, com missões diferentes, responsabilidades diferentes; mas com igual valor, intensidade e dignidade. Feliz Dia Internacional da Mulher!
Marcos Kopeska Paraizo
Pastor da IPI Chapadão do Sul