Chapadão do Sul/MS

ANJOS DO ASFALTO – Você já socorreu alguém com pane mecânica na BR-060. Sem sinal de celular ou pontos de socorro rodovia torna-se uma armadilha

          O que fazer quando seu carro apresenta uma pane entre Camapuã e Paraiso das Águas, sem sinal de celular, num local ermo, época onde dificilmente as pessoas param para ajudar? A primeira coisa que vem na cabeça é que “estou ferrado”. Apesar  do atual padrão social ainda existem  pessoas que mostram o contrário e prestam socorro. Na manhã de hoje, na BR-060, meu carro (Cesar Rodrigues) teve problema no alternador com a bateria descarregando pela falta de alimentação. Todos os motoristas que trafegam entre Chapadão do Sul e Campo Grande sabem dos riscos de panes neste longo trecho sem nenhum tipo de socorro.

Dois motoristas pararam. O primeiro pegou número do celular e se comprometeu em ligar para um possível socorro – que não veio – em Paraíso das Águas. O segundo – que seguia em comboio de dois carros numa viagem familiar – parou por iniciativa própria e foi logo pedindo para abrir o capô. Era Belarmino Gamba, professor de eletrotécnica do Senai de Jatai (GO) que viajava desde Campo Grande num grupo de dez pessoas.

Como todos seguiriam na mesma direção e o ponto de parada para o almoço seria em Chapadão do Sul. Belarmino cedeu a bateria que estava carregada e pegou a minha porque seu alternador funcionava bem. Seguimos viagem com os dois carros trafegando como batedores. Enquanto usava sua bateria carregada o outro carro alimentava a minha. A solidariedade do professor e a família que o acompanhava não tem preço. Preferiu destacar que “para que serve esta vida senão pudermos ajudar o próximo”.

Quantas vezes você parou na estrada para ajudar alguém em apuros para dar uma carona, dividindo o almoço, oferecendo pelos menos  água? Por incrível que pareça – na BR-060 – muitas pessoas se solidarizam e param, mesmo que seja para deixar uma garrafa com água mineral. Claro que há armadilhas nas estradas com criminosos se passando por vítimas para assaltar, roubar e até mesmo assassinar pessoas.  O bacana é quando tudo acaba bem graças ao maravilhoso dom de ajudar o próximo que ainda não ficou adormecido no ser humano.

Cesar Rodrigues / o motorista que ficou na estrada

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