As cidades periféricas a Chapadão do Sul na região estão sempre em alerta contra ataques de morcegos hematófagos que transmitem raiva e matam bovinos, suínos e outros animais. São fatais também para seres humanos em caso de contaminação. A única forma de evitar as mortes e prejuízos é a vacinação. Em janeiro deste a IAGRO (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) confirmou nove focos de raiva bovina em Cassilândia. No momento a situação está grave em Paranaíba com a perda de várias de cabeças de gado.
Mesmo com atuação das equipes da Iagro em Paranaíba mais de cem bovinos já morreram. Técnicos do órgão percorreram propriedades rurais, vistoria em pontos de concentração de morcegos e captura e controle de hematófagos transmissores da raiva. A Iagro alerta para que toda propriedade rural localizada em regiões de risco (propício para moradia dos morcegos, como morraria, margens de grandes rios), ou com presença de animais com sugadura por morcegos deve realizar a vacinação preventiva dos rebanhos da propriedade para evitar prejuízos. Outra medida importante de prevenção da raiva é o controle da população dos morcegos hematófagos.
Segundo reportagens postadas no site do Iagro a vacina não é obrigatória em Cassilândia. Devido ao número de focos e as suas ocorrências em diversas regiões do município a IAGRO recomenda que o produtor rural faça a imunização do rebanho, inclusive com o reforço após 30 dias da primeira aplicação. Lojas de produtos agropecuários de Cassilândia comercializavam a vacina de raiva pelo preço médio de R$ 1,15 a dose.
Os municípios de Paraíso das Águas e Costa Rica também tiveram casos com a perda de cerca de cem animais em 2020/2021. A raiva é uma Zoonose de caráter agudo que afeta o Sistema Nervoso Central (SNC) da maioria dos mamíferos e é causada pelo vírus do gênero Lyssavirus. No Estado de Mato Grosso do Sul, causa enormes prejuízos à pecuária e as suas ocorrências são favorecidas pela sua posição geográfica, em conseqüência de fatores como, topografia e clima favoráveis ao desenvolvimento das diversas espécies de morcegos.
A vacinação, é um ponto fundamental segundo o coordenador dos Programas Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) e de Prevenção e Vigilância da Encefalopatia Espongiforme Bovina (PNEEB), o Fiscal Estadual Agropecuário, Fábio Shiroma, que explica que animais com andar cambaleante, ou que se deitam e vem a óbito de 3 a 7 dias, são suspeitos e não podem ser tocados.
Fábio alerta para a importância dos cuidados que o produtor deve ter quando da suspeita da doença nos animais. “Em hipótese alguma as pessoas devem manipular os animais com sintomatologia nervosa”, esclarece, lembrando que a raiva é uma zoonose que pode ser transmitida para o homem e não tem cura.
Portanto, toda vez que os moradores da área rural encontrarem os animais com perda de apetite, salivação, andar cambaleante, não consegue se alimentar nem se movimentar e vem a óbito entre 3 e 7 dias após; possuírem animais com sugadura por morcegos hematófagos e/ou tiverem conhecimento de abrigos com morcegos, comunicarem a Unidade Veterinária da IAGRO mais próxima e não manusearem estes animais. Caso qualquer pessoa entre em contato com animal suspeito ou venha a ser agredido por morcegos, cães, gatos, procurar imediatamente o Posto de Saúde mais próximo.