Chapadão do Sul/MS

“A MAGIA DO AGRADECIMENTO” – Aposentado confeccionou bonés às técnicas que trabalham na linha de frente da vacinação e Chapadão do Sul

 As analogias sobre o mesmo fato podem ser as mais diversas, com entendimentos diferentes dos enredos e finais imprevisíveis. Tudo dependerá da ação dos personagens da vida real cujos valores podem reagir aos efeitos “clichês” do cotidiano. A gratidão é um destes finais cuja qualidade é cada vez mais rara nas pessoas. É mais fácil reclamar ou criticar. Durante a semana o aposentado Luiz Carlos de Azevedo Coutinho “Luiz do Boné” confeccionou 20 unidades com o slogan “Vacina Já” grafada. Presenteou as enfermeiras e técnicas que fazem as aplicações das vacinas na população, de acordo como o grupo determinado  pelo Governo Federal.

Nem sempre elas são bem tratadas pelo público que chega cedo na busca das preciosas vacinas que as livrarão do terrível Covid-19. Fosse um conto de fadas as seringas seriam a  “varinha de condão” ou mágica capaz de matar o dragão na forma do coronavirus. O aposentado Luis do Boné teve o discernimento e a capacidade de valorizar o magnifico trabalho  das técnicas e confeccionou os bonés como forma de agradecimento. Afinal ele sobreviveu para ser vacinado enquanto quase 40 infectados ficaram pelo caminho em Chapadão do Sul.

Quando o lote de vacinas termina a imunização é imediatamente suspensa. Antes de xingar a técnica ou outros funcionários que ali estão lembre-se que o Governo Federal é quem envia os imunizantes aos estados que – por sua vez – os encaminham aos município segundo os critérios estabelecidos. A exemplo de outros cidadãos, Luiz do Boné esperou pacientemente sua vez e agradeceu de forma peculiar por ter tomado a segunda dose da Coronavac.

Luiz do Boné é um legítimo sobrevivente. Em agosto de 2015 fazia  entregas para uma churrascaria em Chapadão do Sul quando o carro que dirigia colidiu violentamente contra uma anta com cerca de 300 quilos a cem metros da divisa com Chapadão do Céu (GO). A anta morreu, o carro ficou destruído mas ele escapou com o joelho estourado. Na mesa de cirurgia sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Não teve mais condições de trabalhar  e aposentou-se.

Mora sozinho em Chapadão do Sul há mais de 20 anos, faz bonés sob encomenda. Tem as pessoas com fazem os cortes, o design (projeto) e ele monta. O carinho demonstrado com as técnicas que aplicam as vacinas vem de sua relação constante na busca de atendimento na rede básica em busca de remédios e médicos. Já conhecia a maioria das funcionárias e soube como poucos agradecer o atendimento recebido.

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