Os pais perdem, cada vez mais, a autoridade sobre os filhos. Prova disso, avolumam-se leis e estatutos de direitos dos mais novos em detrimento do comando dos mais velhos, como se observa, por exemplo, no projeto de lei anti-palmadas. Nestes novos tempos, e no campo dos costumes, não existe senhor e senhora dentro de casa. Os pais, hoje em dia, são tratados com um sonoro ?você?, simbólico da decadência do pátrio poder. E essa fragilidade parental repercute diretamente na escola, onde se assiste à elevação do desrespeito aos professores. Mas, a anulação da hierarquia familiar e escolar é um grave erro, que tem custado muito caro para todos nós.
Esse equívoco se potencializou na década de 1º60 e os seus emblemáticos Maio de 68 e Woodstock. De lá para cá, o ocidente passou a idolatrar a juventude, nela depositando, quase que exclusivamente, a esperança para transformar o mundo e, para tanto, nela injetando o poder que vem sendo retirado dos adultos e idosos que, dessa maneira, perdem importância na direção da família e da sociedade. Não parece difícil perceber a gravidade dessa situação. A criança e o adolescente não se igualam aos adultos.
Os menores, naturalmente imaturos, desprovidos de condições psicológicas e econômicas para suportar frustrações e encargos da vida, e sem a sabedoria que só chega com o passar dos anos, necessitam de ser comandados a partir de valores familiares e escolares. Pois, na ordem natural da existência humana, os mais velhos, a partir de uma posição superior na relação, educam e orientam os mais novos, valendo-se de amor, de cobranças e de temperança.
A equiparação de posições entre adultos e jovens, decorrente da idolatria da mocidade, é suicídio social. O jovem idolatrado e, em função disso, abastecido de força moral não encontra nos pais e nos professores, pessoas ?iguais? a ele, a imprescindível referência de proteção, que pressupõe, logicamente, uma diferença de capacidades entre quem protege e quem é protegido. Por isso mesmo que as alternativas externas à atmosfera domiciliar e escolar, como as gangues e os grupos comportamentais juvenis, exercem tanta atração sobre muitos meninos meninas, que procuram, no fundo, uma sensação de pertencimento, bastante próxima do amparo que eles não verificam no lar e na escola, que há muito vêm sendo desapossados de seu império.
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O adolescente, pela imaturidade que lhe é peculiar, não dispõe dos mecanismos mais completos para realizar julgamentos, ainda que relativos àqueles de seu interesse pessoal. Conforme Olavo, ?a covardia dos adultos dá ao menor autoridade para mandar e desmandar?. E é exatamente isso a origem das maiores desgraças cometidas por um número cada vez maior de jovens que, sem respeitar os ditames dos pais e dos professores, decide por si mesmo entrar no mundo das drogas, da prostituição, da desordem e do crime, condutas transformadas em modelos para meninos e meninas desprovidos da autoridade de seus pais e professores.
São essas as razões pelas quais eu, na condição de pai e de juiz responsável pela infância e juventude desta cidade, que amo meus filhos e trabalho com todas as minhas forças em favor de um futuro admirável para as crianças e dos adolescentes desta terra, enquadro-me na luta pelo restabelecimento da autoridade de pais e de professores, na qual permanecerei até o meu fim, em virtude do que aprendi de meus pais, da minha convicção religiosa e da lei que eu estudei e que, agora, querem derrubá-la. Assim, conclamo todos os pais, professores e adultos responsáveis, a quem sempre dediquei todo o meu esforço, para uma verdadeira cruzada por essa bandeira. Nada de idolatria juvenil, e sim de respeito à ordem natural das coisas, à valorização de pais e professores, pelo amor aos seus filhos e alunos.
Texto Editado, disponível na íntegra em: http://evandropelarin.blogspot.com.br/
ENVIADO por (Katiusce Nogueira)