O abuso sexual de crianças e adolescentes não é apenas enredo de filmes, mas fato real e parte integrante do cotidiano de Chapadão do Sul há vários anos. Pais biológicos e padrastos fazendo sexo ou abusando de meninas em idades que variam de 20 5 e 1º anos é hediondo, real e encobertos pela proteção do anonimato. O assunto é delicado porque a imprensa tem uma atuação limitada pela Justiça sob o argumento de evitar exposições. Os veículos de comunicação da cidade dão destaque (foto e texto) dos abusadores de cidades vizinhas, mas jamais os ?monstros? do município que continuam tendo as identidades preservadas.
Sob o título ?Viver é um Prazer? técnicos de vários setores do Poder Público (Orientadores, Conselheiros Tutelares, Psicólogos, entre outros) estão mobilizados numa ação direcionada ao esclarecimento deste complexo tema e levar informações que possam diminuir as desigualdades entre vítimas e abusadores. O piloto da palestra foi feito na Escola Municipal Cecília Meireles para alunos de 3? a 9? anos do Ensino Fundamental.
As palestras foram ministradas na biblioteca do SESI, com turmas separadas e orientadas sobre o que configura o crime de Pedofilia. A abordagem misturou momentos lúdicos com fatos emocionantes mostrados através de filmes e vídeos elucidativos. A psicóloga do CRAS (Centro de Referência em Assistência Social), Katiusce Nogueira, mostrou como agem os pedófilos e as armadilhas criadas para a relação abusiva. Muitas vezes conta com o desconhecimento da criança a respeito do que está acontecendo.
Segundo Katiusce a abordagem convencional foi a grande preocupação na elaboração da palestra, com atenção à faixa etária dos alunos e o que poderia ser exposto de forma clara como as artimanhas usadas por aquele “tio” ou aquela “tia”. Eles se mostram, num primeiro momento, muito legais, mas escondem a face nefasta de um crime silencioso que cresce a cada dia em Chapadão do Sul.
Segundo a psicóloga é muito importante prestar atenção aos números apresentados pelos registros feitos nos órgãos de atendimento onde a cada 1º crianças ou adolescentes abusados no Brasil, 8 são dentro da própria casa! E essa é outra face monstruosa do crime que tanto indigna à todos, “pois, quando percebemos que quem deveria proteger, amar, cuidar e orientar é justamente quem têm sido apontados como maiores responsáveis pelos crimes” advertiu a Psicóloga.
Outro grande problema a ser solucionado pelos agentes é justamente acabar com o medo de denunciar ou mesmo até omitir- se já que em um número considerável de denúncias chega- se a outro dado alarmante: o fato de os membros da família saberem e não tomarem providências. Desta forma, o Projeto e suas palestras deverão continuar nas demais escolas do município sempre contando com a participação destas e de seus professores e alunos.
Participações na palestra: Funcionários da biblioteca do SESI (Gildete Oliveira, Caio Francisquette e Elienai Dias), Conselheiros Tutelares (Cristiane Fernandes, Rogério Bezerra Rocha, Rita de Cássia Nascimento, Carolina de Melo Cell e Raquel Ferreira Tortelli) e a Psicóloga do CRAS Parque União, Katiusce Nogueira
(Fonte Katiusce Nogueira)