Três dias após a apreensão de um carro e o recolhimento do som moradores das imediações da Boate da Boate Lets Pups já estão elaborando um abaixo assinado que será apoiado pela vizinhança daquele quadrilátero. Na sexta-feira eles se reúnem com o juiz Sílvio Prado e o promotor Marcus Vinícius Tieppo Rodrigues para entregar o documento e cobrar providências jurídicas e administrativas contra a perturbação do sossego em Chapadão do Sul. Os cidadãos já estão desgastados e estressados com as constantes reclamações à Polícia Militar e as noites de sono perdidas.
Do outro lado desta divergência de cidadania estão jovens que não tem um local adequado para curtir um som no final de semana. Chapadão do Sul ainda espera a aprovação de seu plano diretor, onde os espaços serão definidos de acordo com a vocação de cada metro quadrado da cidade. Até mesmo o funcionamento de uma boate e o local adequado para ?arregaçar? o som será planejado. Enquanto estes pré-requisitos não forem equacionados será mantido a queda de braço entre os cidadãos que querem sossego e a juventude.
No final de semana a Polícia Militar apreendeu um carro e autuou o motorista por perturbação do sossego na rua Gerivá (Flamboyant) na frente da Boate Lets Pups. Ele estava com o som acima do limite tolerado e perturbava a vizinhança. O carro acabou liberado, mas o equipamento sonoro foi encaminhado à Delegacia de Polícia. A cidadã que acionou a PM integra a comissão de moradores que estará reunida com o juiz e o promotor na sexta-feira.
Além do som em volume acima do tolerável, após às 20 horas, um artefato foi jogado na garagem de uma residência na rua Gerivá. A explosão fez um enorme buraco no telhado e poderia ter desencadeado uma reação mais contundente de parte do proprietário. A identidade da pessoa que arremessou a bomba não é conhecida, mas retrata o dilema dos moradores e a ação dos jovens que ficam na rua, fora do perímetro interno da boate.
A justiça de Chapadão do Sul também já sinalizou que não irá admitir que o limite da razoabilidade seja ultrapassado no que concerne à perturbação do sossego e vai interpretar como ilícito os abusos. Fica o alerta para os usuários de sons automotivos e empresários do ramo.
