é preciso ter ?estômago forte? para entrar no labirinto de quartos de um imóvel abandonado na Rua Londrina, no Parque União, em Chapadão do Sul. Na noite fria de quinta-feira duas idosas eram as únicas ocupantes do local e aguardavam ansiosamente que alguém trouxesse uma pedra de crack. Os mais jovens estavam no ?trecho? em busca de algo para trocar pela droga que mudou radicalmente os hábitos dos cidadãos sul-chapadense e ?dividiu? a cidade entre a ?Luz? e a ?Escuridão?.
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Apesar da falta de contingente em seu efetivo a Polícia Militar continua ?enxugando gelo? num prende e solta de dependentes químicos com pequenas quantidades de crack. Na noite de ontem foram feitas várias abordagens à pessoas que não são moradores de Chapadão do Sul e vieram de outros estados para viver nas ruas. Uma delas, uma mulher ainda jovem, veio em busca da namorada com o objetivo de fazer programas para comprar drogas.
Moradores das imediações destes imóveis abandonados alegam que estão ?sitiados? dentro de suas casas. Ninguém sabe exatamente quem está ao lado devido ao entra e sai de usuários. Não há informações sobre dados oficiais precisos no município sobre o número de pessoas que moram nas ruas, em prédios abandonados ou de onde vieram.
A certeza dos órgãos policiais está no aumento no número de furtos em todos os bairros. Basta uma pequena abertura para que um trabalhador perca tvs, notebboks e outros objetos adquiridos com muito esforço. Somente na noite de ontem foram abordados mais de vinte pessoas que perambulavam pelas ruas da cidade. Pelo menos oito cachimbos para fumar crack foram recolhidos.
A lógica do vício maldito do crack impõe regras simples e degradantes para obter dinheiro rápido para manter o ?mercado? aquecido. As mulheres restam programas sexuais e os homens, na sua maioria, os furtos e roubos. Durante as batidas policiais na noite de ontem os PMs destacaram a importância de uma ação mais contundente do Poder Executivo acionar seus mecanismos de fiscalização para evitar a ocupação irregular dos imóveis abandonados.
