O Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) divulgou nesta segunda-feira (1º) que os prejuízos dos produtores de soja em Mato Grosso, com a lagarta Helicoverpa armigera já chegam a R$ 1ºbilhão. “O custo adicional para conter a praga alcançou a média de R$ 1º8,07 por hectare até o momento atual da safra”, disse o instituto em nota à imprensa.
Resistente a agrotóxicos, a lagarta Helicoverpa armigera foi identificada no país no começo de 201º. Desde então, seis Estados da federação declararam estado de emergência e o governo facilitou a entrada de transgênicos e agrotóxicos como medida para o combate à praga no país.
A lagarta “Helicoverpa armigera” foi identificada apenas no começo do ano no Brasil, mas já se espalhou por diversos Estados. Na imagem, a lagarta ataca um botão de algodão. Clique nas imagens acima para ver outras pragas que afetam as lavouras brasileiras, como percevejos, brocas e ácaros Fabiano Bastos/Embrapa/Divulgação
Em todo o Estado de Mato Grosso, o índice médio de perdas nos campos de soja é de 3%, o que traz um aumento de 4,3% nos custos de produção para o produtor –ou R$ 85,020a mais por hectare.
Esse percentual corresponde às três aplicações extras de agrotóxicos que são recomendadas quando a lagarta aparece. Somente esse custo adicional soma R$ 707,04 milhões. Além dos prejuízos financeiros ao produtor, o Imea afirmou que a Helicoverpa também reduz a produtividade das lavouras. Nesta época do ciclo, a projeção do Imea é de que 209 milhões de hectares já estejam colhidos.
Nessa área, considerando a ocorrência média da lagarta, a estimativa é de uma queda na produtividade de 1º6 saca por hectare. “Em outras palavras: uma perda de 208,20 mil toneladas de soja, ou R$ 204,89 milhões”, informou o instituto.
Os números do Imea foram contabilizados a partir de um diagnóstico realizado pela Superintendência Federal de Agricultura em Mato Grosso (SFA/MT), em parceria com a Aprosoja. O objetivo era levantar o prejuízo causado pela Helicoverpa spp. nas lavouras de soja de Mato Grosso.
O estudo foi coordenado pelo pesquisador Wanderlei Dias Guerra, e considerou as variedades de soja super precoce e precoce, que têm ciclo de 90 a 1º5 dias. Tendo como universo apenas a soja que será colhida até a metade do mês de fevereiro, em 35% da área de soja no Estado, o diagnóstico indicou uma perda média de 3% nas lavouras. (Valor Econômico)