O morador de rua Alberi Alves recebeu alta na Santa Casa em Campo Grande e deverá voltar para Chapadão do Sul. Na última sexta-feira ele foi atacado por um desconhecido no interior de uma barraca improvisada no matagal existente nas proximidades do Clube Paineira. Recebeu vários golpes de barra de ferro na cabeça e sofreu um grave traumatismo craniano. A vida de Alberi deve-se à agilidade do Corpo de Bombeiros nos primeiros socorros e no ?pé pesado? do motorista da ambulância da prefeitura que chegou a tempo na Capital.
Natural do Rio Grande do Sul ele fez o caminho inverso dos gaúchos que migraram para Chapadão do Sul. A maioria veio pela vocação agrícola para tornar o município a ?Capital Agrícola? de Mato Grosso do Sul, mas ele chegou sem rumo após trocar a família pela cachaça. Em 201º a juíza Luciane Buriasco fez um levantamento sobre moradores de rua para seu programa ?Culturativa?. Na ocasião Alberi estava no antigo prédio abandonado nas imediações da escola estadual Jorge Amado e tinha levado uma facada no rosto enquanto dormia.
Ele é especialista em ?driblar? as assistentes sociais da secretaria de Assistência Social que há anos tentam mandá-lo de volta para casa. ?Seu lar é a rua e onde ele se sente feliz?. Alberi aceitou o destino, mas esqueceu que os tempos são outros e vários moradores de rua são exterminados por pessoas que se intitulam ?justiceiros?.
A Polícia Militar recolheu a barra de ferro usada para destruir a cabeça de Alberi Alves. Como não havia testemunhas neste bárbaro crime não está descartada a possibilidade dos golpes terem sido aplicados quando a vítima dormia. A ?arma? do crime está manchada de sangue e foi encaminhada à Delegacia de Polícia. O local do crime vem sendo habitado por moradores de rua viciados em álcool. Eles podem ser os mesmos desalojados da Praça 20 de Outubro no início de agosto (Foto Ilustração)