A mega empresária Mônica Marchett Charafeddine, considerada ?musa do agronegócio?, vai a júri popular por homicídio qualificado e formação de quadrilha. A decisão foi da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que se reuniu na tarde desta quarta-feira, 20. Ainda não há data definida para o Tribunal do Júri.
Ela é acusada de ter mandado matar os irmãos Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, em Rondonópolis, há 1º anos e 1º anos respectivamente, por causa de disputa de uma área equivalente a 201º5 hectares, distante 75 km do centro de Rondonópolis, no sul de Mato Grosso. A família de Mônica e das vítimas travava briga na justiça por um imóvel rural.
Mônica entrou com recurso pedindo a reforma da decisão de pronúncia proferida em Primeira Instância alegando não haver provas suficientes da sua participação nos crimes. Contudo, o relator do recurso no TJ, desembargador Alberto Ferreira Souza, não aceitou o argumento da defesa e votou pelo indeferimento parcial do recurso.
Ele só acolheu o pedido de afastar a qualificadora que considerava como fútil a motivação do crime. O assassinato tinha sido considerado triplamente qualificado, pois houve pagamento, motivo fútil e ocorreu de uma forma que impossibilitou qualquer chance de defesa à vítima.
De acordo com o relator, as investigações e provas colhidas ao longo desse período é suficiente para suscitar de que Mônica Marchett Charafeddine esteja envolvida na morte dos ofendidos, incumbindo ao Conselho de Sentença solucionar a controvérsia?.
Os demais membros da Câmara também tiveram o mesmo entendimento, inclusive, o desembargador Rui Ramos Ribeiro, que havia pedido vista na última sessão em que esse caso começou a ser apreciado. ?(…) associando integralmente ao voto do eminente relator, e para evitar a usurpação da tarefa atribuída aos jurados, prevejo parcialmente o recurso (repito, conforme o voto do relator?, ponderou Rui Ramos.
Mônica é filha do empresário Sérgio João Marchett, também envolvido no crime. Incomodado com uma demanda judicial, a família insistia para que os irmãos cedessem e finalizassem o litígio com um acordo. As vítimas recusaram-se a transacionar, fato que descontentou não só o acusado Sérgio João Marchett, como também seu advogado.
Um dos indícios de que Mônica tenha encomendado o assassinato é a assinatura dela encontrada na transferência de um automóvel de propriedade da família aos assassinos de aluguel, os ex-policiais militares Hérculos Araújo Agostinho e Célio Alves. O carro teria sido entregue como pagamento pelo crime. Outro indício é a confissão de Hércules ao Gaeco garantindo que foi contratado pela empresária para fazer o serviço.
Mônica, no entanto, alega que a rubrica não é sua e garante que teria sido falsificada. Ocorre que a assinatura tem firma reconhecida e duas das três perícias oficiais apontaram a autenticidade da escrita. No curso do processo, a “musa do agronegócio”, como era conhecida, contratou o advogado Antônio
Na época, o crime chocou a cidade, já que Mônica é uma pessoa bastante conhecida em Rondonópolis (20hsnews.com.br)