Foto principal dos pais de Helga Marks (Raimund e Elza) que vieram para o Brasil fugidos da guerra. Helga e o marido Geraldo Marks (in memorian) construiram uma bela história na Pedra Branca
A secretaria de Educação de Chapadão do Sul começou a articular os preparativos para a festa de 48 anos de colonização da comunidade da Pedra Branca, programada para o dia 2 de Setembro. Os abnegados colonos começaram a chegar em 1975. Se fixaram com forte trabalho na agricultura e chegaram a ser modelos de produção na década de 70, num local ainda carente de infraestrutura. São várias famílias que tiveram destaque e superaram muitas dificuldades. São legítimos representantes que impulsionaram o agronegócio numa Chapadão do Sul que começa a dar os primeiros passos de desenvolvimento. No final de semana o titular da Educação, Guerino Périus, teve a primeira reunião na casa do sr. Hildo Fengler (Fazenda Ouro Verde) e com as presenças de outros moradores.
A história de alguns já foi retratada como a Família Marks que chegou ao Brasil após uma epopeia migratória fugindo do nazismo na Alemanha e da ditadura de Josef Stalin na Rússia, mais precisamente na fria Sibéria. Era um tempo de guerras na Europa e parte da Ásia. Alguns moradores da Pedra Branca são descendentes vivos de famílias que deixaram tudo para trás e começaram do zero no Brasil, em terras de idiomas e costumes completamente diferentes.
A aposentada Helga Marks, filha de refugiados alemães que vieram num grupo de 300 famílias num navio em direção ao Rio Grande do Sul. Chegaram antes da segunda guerra mundial de 1945, quando o exército nazista de Adolf Hitler aterrorizou o mundo e – principalmente – a Europa. Foram para Riqueza em Santa Catarina na condição de pioneiros que ajudaram a desenvolver aquela região.
Helga e seu marido Geraldo Marks (In memorian) construiram uma bela história de vida em Chapadão do Sul. Por vários anos foram produtores rurais na comunidade da Pedra Branca onde criaram os três filhos. É ligada à IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil), pessoa muito querida na cidade e conhecida pela liderança e “coração gigante”. Não perdeu o hábito de mexer com a terra e ainda cultiva flores como as orquídeas, suas preferidas. Tem um toque “especial” e tudo que planta dá frutos, incluindo sua bela horta nos fundos da casa. Sempre que fala na saga dos pais se emociona porque eles passarm por muitas privações até a chegada no Brasil.
Os pais de Helga Marks (Raimund e Elza) eram crianças quando chegaram no Brasil, mas ela cresceu ouvindo as histórias e das dificuldades na gelada Sibéria onde o solo se transforma em gelo por seis meses do ano, pessoas que morreram na viagem descartadas no oceano e outros problemas típicos de refugiados de países cujos mandatários optaram pela guerra ou subjugar o próprio povo como no caso do ditador Stalin na Rússia.
Certamente chapadão do Sul tem outros moradores com um passado ligado à guerras ou dificuldades em outros países. Parece que o mundo continua o mesmo porque quase três milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia e se espalharam pelo mundo neste nos últimos dois anos. Deixaram para trás sonhos e pesadelos em troca da incerteza.

