O que parecia ser apenas mais um programa politicamente correto, numa noite agradável, foi transformado na maior manifestação popular da história recente de Chapadão do Sul. Jovens, empresários, donas de casa e autoridades municipais formaram o contingente com cerca de mil pessoas na manifestação mais numerosa da história recente de Chapadão do Sul no ?Dia do Basta?, na noite de ontem (quinta-feira). O município conseguiu acompanhar o movimento nacional – deflagrado simultaneamente em todas as cidades brasileiras – num excelente nível de politização e cobrança social vindos da sociedade.
Movimentos como o ?Dia do Basta? ? guardadas as devidas proporções ? poderão representar um ?divisor de águas? e o surgimento de uma nova geração de líderes contestadores do sistema e a forma pelo qual ele é gerenciado no município. Chapadão do Sul não tem linhas regulares de ônibus e por conta disso os R$ 0,20 da discórdia em São Paulo não tiveram nenhum significado por aqui, a não ser o fato da população estar com o ?saco cheio? das falhas dos gestores públicos que ao longo dos anos deixaram a desejar em vários setores.
Os coordenadores do movimento estão de parabéns porque conseguiram dar o recado de forma macro, onde estudantes, empresários, autoridades municipais dividiram a ideia do ?Basta, vamos jogar sério?. Cabe destacar que a classe política de Chapadão do Sul foi o ?judas a ser malhado?, como em todas as cidades brasileiras. Apesar disso o prefeito Luiz Felipe Magalhães, secretários e vereadores apoiaram e acompanharam o movimento.
Com manifestações feitas através de palavras de ordem, cartazes e faixas os manifestantes cumpriram um roteiro previamente combinado com a Polícia Militar da Praça de Eventos até o final no Paço Municipal, após passar pela Câmara de Vereadores. A pavimentação do acesso à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) ganhou mais importância no final da manifestação, embora os cartazes ostentados ao longo da marcha criticavam o aumento do IPTU, a PEC 37, corrupção, falta de policiais, bombeiros, saúde, educação e falta de ação social entre outras reivindicações. Cada segmento levou às ruas o que estava ?trancado na garganta?.
O momento mais tenso da manifestação se deu na frente da prefeitura municipal, quando alguns manifestantes baixaram as bandeiras de Mato Grosso do Sul e de Chapadão do Sul. Neste momento a Polícia Militar se posicionou para agir caso fosse necessário. Apesar disso a bandeira do Brasil foi mantida soberana, numa demonstração de respeito e a garantia que os interesses do País e o futuro estão acima de tudo.
Na semana passada a vereadora Rosemari da Cruz e o presidente da Câmara, Wagner ?Teacher? Inácio, estiveram em Brasília em busca de informações sobre recurso para a pavimentação asfáltica do acesso ao campus de Chapadão do Sul da UFMS. A primeira vice-presidente participou de reunião com o deputado federal Marçal Filho que é o autor da emenda para a obra.
Segundo ela o recurso foi empenhado e o projeto está parado, aguardando análise na Sudeco, que está com falta de engenheiros. O prazo que se esgota no final de junho. Durante conversa com a comissão organizadora do movimento o prefeito Luiz Felipe Magalhães destacou que o prazo não será perdido e aguarda apenas a definição da empresa vencedora da licitação para o início da obra.
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