Marcos Kopeska
Pastor da Igreja Presbiteriana Independente de Chapadão do Sul, escritor, graduado em Teologia, pós graduado em Terapia Familiar Sistêmica e pós graduado em Saúde Mental e Psicopatologias.
Os japoneses sempre adoraram peixe fresco. Porém as águas perto do Japão não produzem muitos peixes há décadas. Assim, para alimentar a população, os japoneses aumentaram o tamanho dos navios pesqueiros e começaram a pescar mais longe do que nunca antes o fizeram. Quanto mais longe os pescadores iam, mais tempo levava para o peixe chegar e já não eram tão frescos. Os consumidores não apreciaram o gosto e para resolver o problema as empresas de pesca instalaram congeladores em seus barcos.
Eles pescavam e congelavam os peixes em alto-mar, mas, os clientes dos restaurantes mais eletizados, com percepção apurada, conseguiram notar a diferença entre peixe fresco e peixe congelado e, é claro, não gostaram do peixe congelado. Entretanto, o peixe congelado tornou os preços mais baixos e as tais empresas instalaram tanques de peixe nos navios pesqueiros.
Eles podiam pescar e enfiar esses peixes nos tanques, mas depois de certo tempo, pela falta de espaço, eles paravam de se debater e não se moviam mais. Eles chegavam cansados e abatidos e os japoneses de gosto mais apurado podiam notar a diferença do sabor. Por não se mexerem por dias, os peixes perdiam o frescor. Então, como os japoneses resolveram este problema? Como eles conseguiram trazer novamente ao Japão peixes com gosto de puro frescor?
Depois lhe falo, mas agora compartilho o que L. Ron Hubbard observou no começo dos anos 50. “O homem progride, estranhamente, somente perante a um ambiente desafiador”. O conforto retroalimenta a continuidade. Quanto mais inteligente, persistente e competitivo você é, mais você gosta de um bom problema. Você fica vivo frente a um perigoso desafio!
Para conservar o gosto de peixe fresco, as empresas de pesca ainda colocam os peixes dentro de tanques, mas, eles também adicionam um pequeno tubarão em cada tanque. O tubarão come alguns peixes, mas a maioria deles chega “muito vivo”. Os peixes são desafiados e por isso chegam vivos e acordados. Por vezes Deus coloca um tubarão em nosso tanque para que não percamos a vida e a lucidez.
Paulo escreveu aos cristãos de Corinto: “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte.” (2 Co 12:7) Assim como o “espinho na carne” pode ser entendido como metáfora aludindo a uma espécie de situação dura, tribulação, opressão ou tentação constante.
O tubarão no tanque, da mesma forma o é. Quando Paulo diz “foi-me posto”, está fazendo menção à vontade permissiva de Deus, que Satanás o esbofeteasse. Quando a vida é um céu de brigadeiro, apenas retroalimentamos aquilo que temos ou somos. Quando surgem os revezes, nos reinventamos, nos repaginamos ou nos emergimos em projetos desafiadores. Por esse viés Japão e Coréia do Norte se reconstruíram após a Segunda Guerra Mundial.
Por esta perspectiva muitos profissionais se refizeram com excelência após uma falência. Se Deus permitiu um tubarão no seu tanque, use o perigo para seu crescimento.
Uma excelente semana!
Marcos Kopeska
Pastor da Igreja Presbiteriana Independente de Chapadão do Sul, escritor, graduado em Teologia, pós graduado em Terapia Familiar Sistêmica e pós graduado em Saúde Mental e Psicopatologias.