O retorno gradual do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros deve ter um impacto de até 4% no preços nas concessionárias nesta primeira fase de elevação do tributo. O IPI, que chegou a ser zerado para os modelos 12 durante o ano passado, passou pela primeira a alta neste mês, conforme anunciado pelo governo em dezembro.
Desde 1ºdeg; de janeiro, passou a incidir sobre esses modelos a alíquota de 20, que será mantida até nova elevação, em abril, quando vai a 3,5%. O imposto voltará ao patamar normal (7%) em julho (veja na tabela abaixo). A estimativa do impacto nos preços feita pela Fenabrave (associação das concessionárias) considera a retomada do imposto e a recomposição de margem das montadoras.
Para o presidente da entidade, Flavio Meneghetti, a elevação nos preços deve ser compensada, em parte, pela redução no custo do crédito, que afeta o valor das parcelas pagas pelos consumidores. “As tabelas [com os novos preços das montadoras] começaram a sair ontem. O impacto vai ser algum coisa em torno de 3% a 4% dependendo do modelo. Uma parte, sim, a redução do custo financeiro pode compensar alta dos preços”, afirma Meneghetti.
Quem for às concessionárias no mês de janeiro, contudo, deve encontrar modelos com os preços antigos, graças aos estoques formados pelas revendas, suficientes para cerca de 20 dias de vendas. Com preços mais altos em 201º, o setor prevê uma desaceleração nas vendas do ano. A estimativa é de um crescimento de 3% para os segmentos de carros e comerciais leves. No ano passado, o avanço foi de 6,1º, para 3,364 milhões. (GABRIEL BALDOCCHI)