As atitudes linguísticas dos moradores de Costa Rica/MS e as influências nas construções linguísticas e culturais que formam a identidade da população é objeto de pesquisa da doutoranda Wanessa Rodovalho Melo Oliveira. Este será um dos trabalhos que a UNEMAT (Universidade do Estado de Mato Grosso) apresentará na 20ª Conferência Anual da Associação de Crioulos de Base Lexical Portuguesa e Espanhola (ACBLPE), de 8 a 10 de setembro na Universidade de Augsburgo, na Alemanha. Ao todo, seis pesquisas desenvolvidas por doutorandos, professores e egressos da UNEMAT tiveram trabalhos selecionados para o evento que reúne pesquisadores de todo o mundo.
A pesquisa da doutoranda Wanessa Rodovalho Melo Oliveira, orientada pela professora doutora Dircel Aparecida Keiler, tem como tema “Costa Rica: um Estudo sobre suas Atitudes Linguísticas”. Este estudo tem como objetivo constatar as atitudes linguísticas dos residentes em Costa Rica – MS para investigar as influências na construção linguísticas e culturais que formaram a identidade desse povo. A pesquisa qualitativa/quantitativa está fundamentada nos autores Bogdan e Biklen (1996), Labov (2008) e Lambert e Lambert (1976). Os participantes mostraram satisfação em fazer a sua identidade e cidade conhecidas.
Este estudo está baseado no artigo “As atitudes linguísticas na fala dos costarriquenses” (OLIVEIRA, 2020) e na dissertação “Variação Linguística: As atitudes linguísticas na fala dos migrantes de Costa Rica” com o objetivo de conhecer, tanto as atitudes linguísticas dos nascidos em Costa Rica – MS, quanto de seus migrantes; constatar se eles veem a própria língua como de prestígio ou consideram a dos outros, a mais prestigiada; investigar as influências para a construção linguística, além das influências culturais que formaram a identidade desses residentes costarriquenses.
A metodologia usada para a realização dessa pesquisa está fundamentada na qualitativa por Bogdan e Biklen (1996) e na quantitativa de Labov (2008), autor que contribui com os princípios sociolinguísticos a qual as atitudes linguísticas estão representadas pelos psicólogos sociais Lambert e Lambert (1976). A coleta das informações foi realizada por meio de dois questionários semiestruturados elaborados para contemplar a todos os objetivos, neles, há duas participações, dos nascidos em Costa Rica (analisaram o sotaque costarriquense, goiano, alagoano, paulista e sulista) e dos migrantes (analisaram o sotaque dos costarriquenses).
O corpus foi construído por pessoas do sexo masculino e feminino, faixa etária de 25 e 67 anos de idade, de várias profissões e ao menos um participante representando cada região do Brasil, a escolaridade abrangeu ao ensino básico e superior. Após análise dos dados constatou-se que os costarriquenses, assim como os migrantes, possuem orgulho da maneira como falam, alguns acreditam que não possuem sotaque, porém, outros percebem a diferença na pronúncia das pessoas que não são de Costa Rica. Alguns migrantes mostraram-se habituados com a cultura local, portanto os costumes e o sotaque fazem parte de sua fala e de seu cotidiano.
Na percepção dos migrantes, o “r” retroflexo está presente no sotaque caipira dos costarriquenses, os mais novos não possuem um falar semelhante aos dos idosos, este último, possui uma fala calma. A construção linguística dos costarriquenses deu-se, principalmente, pelos mineiros, sulistas e goianos, tanto que os informantes notaram que essas culturas influenciaram a comunidade de fala a qual pertencem. As atitudes linguísticas foram perceptíveis ao observar a valorização da fala, do sotaque, da cultura, de cada um dos participantes que mostraram satisfação em fazer a sua identidade ser conhecida por meio dessa pesquisa.
Wanessa Rodovalho Melo Oliveira – UNEMAT