Chapadão do Sul/MS

“HÁ UM ANO”!!! Missa “In Memoriam” do subtenente Dos Santos será celebrada nesta quarta-feira em Chapadão do Sul  

Um epitáfio que caberia em seu túmulo poderia ser aquele citado pelo poeta Mário Quintana… “Eu não estou aqui”, numa alusão que ele está na memória de centenas de amigos.

Nesta quarta-feira (19) será realizada missa de um ano do falecimento do Sub-Tenente Bombeiro Leniro Oliveira dos Santos. Deixou  um legado de vários amigos que conquistou em Chapadão do Sul. Levou para o túmulo apelidos carinhosos como “Bradok” e “Biro” dados por pessoas que o admiravam. Chamá-lo de sargento após a promoção era “comprar briga na certa” e o desavisado tinha que pagar a rodada.  Por isso ganhou o apelido de Coronel Bradok para evitar erros. Na prática nunca se aposentou e sempre dava um jeito de avisar a polícia ou a imprensa sobre irregularidades que via  na cidade como a famosa Hilux cujo motorista furtava grama numa avenida à noite. 

É assustador como o tempo passa rápido e como o desperdiçamos com coisas fúteis. Muitos amigos ainda tem na memória o cortejo fúnebre pelas ruas da cidade até o Cemitério Municipal de Chapadão do Sul, a última morada do amigo Bradok. Era comum vê-lo numa de suas construções, em casa fazendo um churrasco para os amigos mais próximos ou até mesmo deixando os afazeres para ajudar um amigo ou pescar.  

Tinha como perfil a “cara de durão, mas coração mole”. Foi uma das mortes mais sentidas em Chapadão do Sul após contaminação por Covid-19. O empresário Maiquel de Gasperi – um dos amigos próximos do oficial – postou em sua página no Facebook fotos  da família com o subtenente Dos Santos para relembrar os bons momentos e o convite da missa de um ano do falecimento.   Se aposentou após 28 anos prestando relevantes serviços à sociedade no 7º Sub-Grupamento do Corpo de Bombeiros. Foi um grande colaborador  da imprensa da “velha guarda” quando estava na ativa. A relação de amizade e respeito nos trabalhos simultâneos de cobertura jornalística até hoje são lembrados.

Salvou muitas vidas, prestou socorro a várias pessoas. Teve uma ocorrência em especial que marcou a relação entre alguns veículos de comunicação e o então sargento Dos Santos. Foram mais de 7 horas de trabalho duro para salvar a vida de um caminhoneiro preso na cabine esmagada por toneladas de madeira na MS-306, na rotatória de acesso a Costa Rica e a localidade do Gaúcho Pobre.

LUTA CONTRA O TEMPO – Quando a imprensa chegou os bombeiros já estavam no local e removiam toras e pranchões gigantescos com motosserra e outros equipamentos. O tempo foi passando e todos começaram a mostrar sinais de cansado pelo esforço e a tensão da luta contra o tempo. Não havia risco de incêndio, mas o grupo de salvamento não conseguia avançar em direção à vítima dentro do que restou da cabine praticamente enterrado no chão e prensada  por  toneladas de madeira.

SALVAR VIDAS É O LEMA – Cesar Rodrigues (chapadensenews.com.br) e Adejair Morais (ocorreionews.com.br) se revezavam para segurar equipamentos que ficavam cada vez mais pesados após o uso prolongado como as motosserras. Passadas as 7 horas o motorista foi removido com suspeita de fratura numa das pernas e conduzido ao Hospital Municipal de Costa Rica. Uma semana depois Dos Santos e os representantes da imprensa foram informados que o motorista que exigiu tanto esforço para ser salvo morreu devido à complicações  que não foram informadas na ocasião.

Esta ocorrência  reforçou em todos que a nobre luta para salvar uma vida deve exigir todo o esforço possível,  não importa o tempo levado e nem o que acontecerá depois. Na ocasião Dos Santos ficou muito triste.  Citar algumas destas lembranças da convivência com Dos Santos é uma forma de perpetuá-lo em nossas lembranças. É tudo que podemos fazer !!!

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