Vestígios de um mar com cerca de 400 milhões de anos do período Devoniano* em Chapadão do Sul está sendo objeto de pesquisa paleontológica do Campus da UFMS. Ontem o renomado paleantólogo Dr. Thiago da Silva Marinho (UFTM) e o geógrafo Rafael Simões Galvão (UFMS) estiveram na cidade palestrado sobre este e outros temas correlatos no Auditório do Centro Estadual de Educação Profissional Arlindo Neckel. O tesouro arqueológico do município poderá ser mais estudado e também tornar-se mais uma opção de turismo que agregaria valor turístico na região.
O projeto está em andamento da UFMS com foco na potencialização da exploração paleontolágia nestes sítios arqueológicos voltados na criação novas opções de turismo, cultura, esportes e a ciência como um todo. O assunto é acompanhado pelo Diretor do Campus, Dr. Kleber Gastaldi.
Há um clima de expectativa no mundo acadêmico de Chapadão do Sul com a possibilidade do avanço destas pesquisas. O município tem grande potencial no setor que nunca teve o devido incentivo e exploração. O renomado paleontólago Dr. Thiago da Silva Marinho falou com acadêmicos neste encontro de ontem antes de seguir viagem para o município de Água. O tema também vem sendo tratado na Semana Nacional de Ciencia e Tecnologia.
PERÍODO DEVONIANO – No período Devoniano as principais transformações aconteceram na flora, com o crescimento exponencial de pequenas plantas terrestres através do desenvolvimento dos esporos há cerca de 350 a 400 milhões de anos. Com este processo as plantas conseguiram se fertilizar com as sementes e atingir a altura de árvores. Elas formaram os primeiros bosques de que se tem registro, com o surgimento dos licopódios, samambaias e progimospermas.
Já na fauna alguns especialistas nomeiam a era como a ‘idade dos peixes’, pois surgem os placodermos (peixes encouraçados que parecem piranhas) e os primeiros tubarões. Outros peixes de água doce desenvolveram pulmões, que depois passariam a serem conhecidos como anfíbios, vivendo em ambiente terrestre e aquático.
O planeta passou por uma imensa reconstrução geológica, que resultou em um intenso momento vulcânico: o continente Laurentia (onde fica a América do Norte) colide com a Báltica (parte da Europa), formando a Euramérica. Com isso, o globo fica reduzido a três grandes continentes: Euramérica, Sibéria e Gondwana (o maior, que abrangia as regiões da Antártica, parte da África, América do Sul e Oceania).
A Ásia era subdividida em 11 microcontinentes onde havia grandes quantidades de carbonatos, evaporitos, arenitos vermelhos e recifes, o que indica que havia uma temperatura climática quente. Já em Gondwana o frio dominava, por conta de sua terra úmida que abrigava argilitos e arenitos claros. Entretanto, mais ao sul (onde fica a região da Austrália), há indícios de que havia um clima tropical graças ao descobrimento de materiais secos que datam da época.
O termo Devoniano foi definido em 1839 pelos especialistas Adam Sedgwick e Roderick Murchison, que queriam dar procedimento aos estudos sobre sequência sedimentar marinha. (Redação e Pesquisa na Net)