Chapadão do Sul/MS

Conta de luz terá aumento de até 9% no país e MS está entre os mais impactados

A tarifa de energia elétrica deve subir até 9% em todo o Brasil, segundo levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) e o estado do Pará lidera o ranking, com aumento de R$ 19,45 por MWh. Em segundo lugar vem Mato Grosso do Sul no ranking de aumento.

A previsão é que o reajuste comece a vigorar ainda em 2025, como consequência direta de vetos presidenciais à nova lei que estabelece diretrizes para a geração de energia eólica offshore. Esses vetos retiraram trechos que limitariam subsídios a termelétricas movidas a carvão e gás natural — fontes mais caras e poluentes.

Segundo a Abradee, o impacto nacional pode gerar um custo adicional acumulado de R$ 545 bilhões nas tarifas de energia, o que equivale a manter a bandeira vermelha 2 (patamar mais caro da cobrança adicional nas contas de luz) por 25 anos consecutivos. Isso representa uma pressão inflacionária de cerca de 0,35 ponto percentual por mês no índice oficial de inflação.

Os 10 estados mais impactados com o reajuste, segundo a Abradee são:

Pará – R$ 19,45/MWh

Mato Grosso do Sul – R$ 18,03/MWh

Alagoas – R$ 17,88/MWh

Rio de Janeiro – R$ 17,97/MWh

Amazonas – R$ 17,77/MWh

Mato Grosso – R$ 17,56/MWh

Piauí – R$ 17,18/MWh

Acre – R$ 17,16/MWh

Tocantins – R$ 17,06/MWh

Bahia – R$ 17,01/MWh

Quem autorizou e por que os valores vão aumentar?

A lei que criou o marco da geração de energia offshore foi sancionada em janeiro de 2025, com o objetivo de promover o desenvolvimento da indústria nacional e fortalecer a segurança energética. No entanto, artigos incluídos pelo Congresso favoreceram a construção de usinas termelétricas, o que foi vetado pelo governo federal. A retirada desses vetos levou ao aumento dos custos repassados às distribuidoras — e, por consequência, aos consumidores.

Como é calculado o reajuste da tarifa?

O cálculo da tarifa de energia leva em conta diversos fatores:

-Custo de geração: inclui o preço da energia comprada das usinas, que varia conforme a fonte (hidrelétrica, térmica, eólica etc.).

-Encargos setoriais: subsídios cruzados que financiam, por exemplo, a tarifa social e a expansão da rede em áreas remotas.

-Custo de transmissão e distribuição: gastos com a entrega da energia até o consumidor final.

-Inflação e variação cambial: também impactam contratos de compra de energia e insumos.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é o órgão responsável por revisar e aprovar os reajustes tarifários anualmente, conforme os contratos com as distribuidoras e as condições do setor elétrico.

Quando o aumento passa a vigorar?

O reajuste nas tarifas de energia elétrica não ocorre em uma única data para todo o país, pois depende do calendário de revisão tarifária de cada distribuidora, que é definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

As distribuidoras determinam o período de reajuste

Cada estado tem uma data específica no ano em que sua principal distribuidora tem o reajuste autorizado.

No caso do Mato Grosso do Sul, a Energisa MS (principal distribuidora do estado) costuma ter seu reajuste tarifário aprovado entre abril e maio de cada ano. Portanto, o aumento previsto de até 9% deve entrar em vigor em MS no ciclo de 2025, possivelmente no primeiro semestre, conforme o calendário regulatório da Aneel.

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